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Os argentinos correram, no fim de semana, aos caixas automáticos depois de o Banco Central ter anunciado o feriado bancário e cambial, que começa nesta segunda-feira, dia 22, e não tem prazo para terminar. O resultado foi que neste domingo, dia 21, a maioria dos 5.838 caixas automáticos ficaram vazios. O governo deve enviar na segunda o projeto de lei que estabelece a troca dos depósitos bancários congelados por bônus do Tesouro, chamado de Plano Bonex.
Os caixas situados no centro de Buenos Aires foram os primeiros a ficar sem dinheiro, o que fez as pessoas procurarem os instalados nos bairros e na periferia da capital. O dinheiro rapidamente se esgotou, situação que se repetiu no interior do país. O dinheiro não será reposto enquanto houver feriado bancário e cambial. O Banco Central decretou o feriado para frear o forte movimento de saques bancários em decorrência de processos judiciais a favor de correntistas. A idéia é conter a fuga de recursos para evitar do colapso do sistema financeiro – na quinta-feira à noite, dia 18, o Scotiabank Quilmes foi o primeiro banco no país neste ano a ter suas operações suspensas por 30 dias devido a falta de recursos.
O presidente Eduardo Duhalde passou o fim de semana em reuniões com técnicos do Ministério da Economia para preparar o projeto de lei que prevê a troca dos depósitos congelados em bônus. O resgate previsto é de cinco anos, no caso de depósitos em peso, e de dez anos, nos em dólar. O governo também terá de negociar nesta semana a aprovação do projeto no Parlamento enquanto vigora o feriado bancário e cambial.
Em Washington, no encontro do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, o ministro da Economia da Argentina, Jorge Remes Lenicov, admitiu que não sabe quanto tempo vai durar o feriado. Disse, no entanto, que espera a conclusão de um acordo com o Fundo no próximo mês, que permitirá ao país a obtenção de empréstimos. O valor pretendido pelo governo é de pelo menos US$ 9 bilhões.
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