| 01/03/2006 14h36min
A Comissão Européia (CE) considera "muito remota" a possibilidade de contágio da gripe aviária de um gato ou outro animal de estimação a uma pessoa, já que a transmissão do vírus neste caso só pode se produzir por via digestiva (mediante ingestão de carne crua), como aconteceu com o gato morto na Alemanha.
Um dos principais responsáveis pelas pesquisas na Comissão, doutor Octavi Quintana-Trías, disse hoje que, no caso detectado na Alemanha, trata-se de "um gato que comeu um pássaro contaminado vivo ou morto e está claro que contraiu o vírus por via digestiva".
Quintana-Trías lembrou que "não é a primeira vez que nesta epidemia se detecta um caso de felinos infectados", e embora "se possa dizer que o vírus tem capacidade de mutar ao ter passado a barreira inter-espécies", o risco de uma pessoa se infectar "é muito remoto".
O analista acrescentou que "quem tem animais de estimação já sabe que isto pode ser um problema, porque os gatos podem, sim, contaminar-se caçando pássaros infectados", embora as presas sejam principalmente "pássaros de jardim, e não aves migratórias".
Para que isso pudesse acontecer, uma ave migratória infectada teria que passar o vírus a outra não migratória, e esta a um gato, algo que, segundo Quintana-Trías, é "bastante improvável, embora não se possa descartar".
O analista da Comissão lembrou que o vírus se transmite entre aves por via respiratória, mas da ave ao gato "passou por via digestiva, e algum animal ou pessoa teria que comer um gato para que o vírus possa ser transmitido", uma hipótese que considera que "não é tão fácil" de acontecer.
Quintana-Trías ressaltou que "o único perigo para a espécie humana é uma mutação do vírus para uma variante que permita o contágio de pessoa a pessoa".
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