Não bastassem o câmbio desfavorável, as dívidas agrícolas, os altos custos de produção e as baixas cotações da produção, os produtores de soja ainda convivem com a ameaça da gripe aviária

A redução mundial do consumo de carne de frango ocasionada pelo mal também reduz as exportações brasileiras do grão. O risco foi um dos temas discutidos ontem de manhã, no Fórum Nacional da Soja, na Expodireto. O problema é que grande parte da soja é destinada à alimentação de aves.

Segundo o supervisor da Organização das Cooperativas do Paraná, Nelson Costa, o Brasil pode deixar de embarcar 2 milhões de toneladas de farelo e 2,2 milhões de toneladas de grãos neste ano para a Europa em decorrência da redução do consumo de frango (as exportações para o continente ano passado somaram 10 milhões de toneladas de farelo e 11,4 milhões de toneladas de grãos).

Mesmo que o problema da doença não se agrave, o mercado da soja deve permanecer em baixa até 2007, aposta o professor Mauro Rezende Lopes, da Fundação Getulio Vargas. Antônio Sartori, diretor da corretora Brasoja, acredita que a colheita mundial deverá ser menor do que o previsto, por fatores climáticos, causando alguma reação nos preços.

Segundo a Conab, a produção brasileira é estimada em 58 milhões de toneladas de soja, e a safra gaúcha, em 8,2 milhões de toneladas

ZERO HORA