| 14/05/2002 07h59min
Nesta quarta-feira, 15 de maio, três caxienses iniciam uma viagem rumo ao Vaticano, onde assistem na Praça São Pedro, no próximo domingo, à cerimônia de canonização da Madre Paulina do Coração Agonizante de Jesus, celebrada pelo papa João Paulo II. Os empresários Willian e Alexandre Wisintainer e a mulher deste, Henriette, pretendem acompanhar a cerimônia em um lugar privilegiado, próximo ao pontífice.E têm argumentos para reivindicarem privilégios: “Não somos turistas comuns, mas sim parentes dela”, diz Alexandre.
Eles devem chegar a Roma na quinta-feira, às 11h, horário de Brasília. Desde a infância, os três ouvem relatos sobre os feitos de Madre Paulina, a primeira santa brasileira. Havia um quadro com a fotografia da freira em uma das paredes da casa, no Centro, e uma tia, Rolphina, costumava acender velas e fazer orações.
Com a publicação da bibliografia documentada de Madre Paulina, durante o processo de beatificação em 1991, descobriram que Francesco Wisintainer, bisavô deles, e Napoleone Wisintainer, pai de Paulina, eram irmãos. Desde então, os empresários passaram a planejar a viagem e a pesquisar todos os troncos familiares dos descendentes de Paulina. “Além dos Wisintainer, os Zamboni, os Micheloni e os Pianezzer, que também têm ramificações na Serra gaúcha, são oriundos da mesma família”, afirma Alexandre Wisintainer. Os familiares descobriram também que, na década de 30, durante o Estado Novo, a religiosa teve o sobrenome trocado para “Visitainer”. Alexandre constatou, por meio de documentos, que o pai de Paulina foi registrado como “Wisinteiner” no livro de batizados, “Visinteiner” no livro de crismados e ainda “Visintainer” na certidão de matrimônio, por volta de 1860.
Madre Paulina nasceu com o nome de Amábile Lúcia Visitainer em 1865, na cidade de Vigolo Vattaro, na Itália. Veio para o Brasil em 1875, junto com a família de imigrantes que se instalou em Nova Trento, interior de Santa Catarina. Em 1890, deixou a casa dos pais, junto com a amiga Virgínia Nicolodi, instalando-se num casebre para cuidar de uma senhora doente de câncer. Depois de ser reconhecida como fundadora da Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição e de fazer os votos religiosos, passou a chamar-se Irmã Paulina do Coração Agonizante de Jesus. Após a morte, em julho de 1942, aos 77 anos, peritos médicos, teólogos e cardeais da Congregação para a Causa dos Santos reconheceram como milagre duas graças atribuída a ela.
Em 18 de outubro de 1991 foi realizada a beatificação de Madre Paulina pelo papa João Paulo II, em Florianópolis. A Igreja Católica reconhece dois episódios como milagres atribuídos à Madre Paulina. O primeiro, que garantiu a beatificação da religiosa em 1991, ocorreu em setembro de 1966. Durante um parto, a catarinense Eluíza Rosa de Souza sofreu uma forte hemorragia interna, e os médicos descartaram qualquer possibilidade de salvá-la. A pressão arterial de Eluíza chegou a zero. A Igreja reconhece que o milagre aconteceu depois que uma freira colocou sobre o peito da paciente um pedaço de roupa usada por Paulina e, dias depois. O segundo milagre atribuído à religiosa relaciona-se à recuperação de Iza Bruna de Souza, que nasceu em 1992 em Rio Branco, capital do Acre. Ela tinha um tipo de tumor raro no cérebro, que causa deformidade no crânio. Depois de várias preces para Madre Paulina, a menina ficou bem.
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