O dissidente do Partido Liberal, Álvaro Uribe, 49 anos, foi eleito neste domingo, dia 26, presidente da Colômbia no primeiro turno das eleições. Advogado e defensor da linha dura contra a guerrilha, Uribe tinha 52,91% dos votos após a apuração de 97,3% das urnas, e não há como reverter o resultado. O sucessor do atual presidente Andrés Pastrana tem como vice o jornalista Francisco Santos e tomará posse no dia 7 de agosto.

O candidato de direita bateu nas urnas o liberal Horacio Serpa, que ficou em segundo lugar, com 31,8%. O esquerdista da Aliança Democrática, Luis Eduardo Garzón, estava em terceiro, com 6,2%. A a ex-chanceler Noemí Sanín somava 5,8% do votos e a ecologista Ingrid Betancur - que havia sido seqüestrada pelos rebeldes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) -, tinha 0,5%.

Pelo menos 11 pessoas, entre guerrilheiros de esquerda e paramilitares de extrema direita, morreram durante a jornada eleitoral. Apesar das mortes, as autoridades colombianas consideraram que as eleições foram realizadas "em meio a uma relativa tranqüilidade". O governo afirmou que apenas em cinco cidades não houve votação,por causa de guerrilheiros das Farc, que teriam queimado o material eleitoral.

Vitorioso pelo Partido Primeiro Colômbia, Uribe chegou à eleição como favorito, apesar das denúncias contra ele por supostos vínculos com grupos paramilitares de direita - responsáveis por inúmeros casos de desrespeito aos direitos humanos - e com narcotraficantes, que ele nega. Prefeito indicado de Medellín em 1982, senador de 1986 a 1994, governador de Antioquia de 1995 a 1997, ele desenvolveu sua carreira política vendendo a idéia de eficiência administrativa e combate à corrupção.

A principal bandeira de Uribe como governador de Antioquia, e que ajudou a impulsioná-lo no imaginário popular como o candidato que pode vencer a guerrilha, foi a chamada "pacificação do Urabá". A região sofria desde os anos 80 com um índice de violência altíssimo, com disputas constantes entre produtores rurais e sindicatos de trabalhadores e com a interferência de narcotraficantes, vários grupos guerrilheiros e de paramilitares.