| 02/05/2006 09h28min
O professor de engenharia do UFRJ, Luiz Pinguelli Rosa, ex-presidente da Eletrobras, declarou que, apesar dos percalços, acredita que a Petrobras irá se associar com a estatal boliviana, que é a proposta do governo da Bolívia, Evo Morales. Ao concentrar investimentos no país, a Petrobras assumiu um risco, segundo o especialista.
– Talvez o problema maior será a divisão da receita. Isso, sim, será um grande problema. O Brasil terá que se esforçar muito para chegar a bom termo e ter alguma remuneração do capital da Petrobras aplicado na Bolívia – disse Pinguelli Rosa em entrevista ao programa Atualidade, da Rádio Gaúcha.
Conforme o professor, aproximadamente metade do gás natural consumido no Brasil vem da Bolívia. O restante é proveniente da Bacia de Campos.
– Portanto, nós dependemos muito da Bolívia – avaliou, lembrando que o Brasil planejava ampliar a importação do gás boliviano.
O problema de abastecimento poderia ser solucionado, segundo o professor, com a aceleração da entrada em produção da Bacia de Campos, já em investimento.
– Eu acho que nós teremos uma solução, ainda que perdendo os anéis, ficando com os dedos, a respeito do gás boliviano – ponderou.
De acordo com Luiz Pinguelli Rosa, existem dois problemas envolvidos no impasse com a Bolívia. Uma deles é o interesse da Petrobras como empresa, outro é o abastecimento de gás no Brasil. Segundo ele, a Petrobras pode sofrer as maiores perdas nos investimentos feitos em refinarias e postos de gasolina na Bolívia. Ele avalia que a questão do gás terá que ser resolvida, já que o gasoduto está construído. Ele lembrou que a única coisa que a Bolívia pode fazer com o gás é exportá-lo ao Brasil. Portanto, o ônus também é do governo boliviano caso deixe de vender o produto.
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