| 03/05/2006 11h17min
Após decidir nacionalizar a exploração dos recursos naturais da Bolívia, o presidente Evo Morales disse que empresas petrolíferas terão lucros menores. Em entrevista à rede de TV Telesur, da Venezuela, ele declarou que não expulsou nenhum companhia e acrescentou que os investidores estrangeiros serão sócios, e não proprietários.
– Nós esperamos que eles se mantenham sócios e, se eles não respeitarem essas leis, nós os faremos respeitar com força política – disse.
Morales também assegurou que o fornecimento de gás natural ao Brasil e à Argentina "está garantido". Ele negou qualquer conflito com o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, de quem se disse "grande amigo". Na entrevista, o presidente boliviano se referiu à Petrobras e à petrolífera hispano-argentina Repsol-YPF, e disse que as empresas "querem dialogar e negociar".
– Nós negociaremos com essas empresas, respeitando as leis bolivianas – acrescentou.
Para o presidente da Bolívia, a nacionalização das jazidas de petróleo e gás do país, que entrou em vigor em 1º de maio, responde ao direito de "qualquer Estado a tomar uma decisão soberana sobre os direitos de propriedade de seus recursos naturais". Morales negou a possível influência dos presidentes cubano, Fidel Castro, e venezuelano, Hugo Chávez, na decisão. Ele afirmou que ninguém "sabia de nada" no encontro realizado em Havana no fim de semana passado entre os três presidentes.
Morales participará amanhã das negociações sobre os novos preços do gás com os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, Néstor Kirchner, da Argentina, e Hugo Chávez, da Venezuela, em Puerto Iguazú (Argentina).
O Palácio do Planalto confirmou na manhã de hoje a transferência da reunião que, anteriormente, estava prevista para Foz do Iguaçu, no Paraná. No encontro, o governo brasileiro espera garantir que não haverá aumento de preço do gás para o consumidor brasileiro.
Segundo uma fonte do Palácio do Planalto, o decreto de nacionalização não prevê a expropriação de bens da Petrobras. Conforme entendimento do governo, o decreto estabelece um prazo de 180 dias para que a petrolífera boliviana YPFB compre parte das ações das empresas que quiserem continuar no país.
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