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 | 17/05/2006 14h55min

Justiça teria nome de 283 parlamentares suspeitos de fraude

Advogado de ex-assessora disse que lista em backup de computador

A Corregedoria da Câmara e o Supremo Tribunal Federal têm uma lista com o nome de 283 parlamentares que tiveram algum relacionamento com a Planam, a empresa apontada como responsável pela fraude na compra de ambulâncias por meio de emendas no orçamento. A informação foi dada pelo advogado Eduardo Mahon, que defende a ex-assessora do Ministério da Saúde Maria da Penha Lino.

Segundo Mahon, o material estaria no bac-up do computador da ex-assessora. Ele explicou que há uma tabela completa que aponta o número da emenda, o processo correspondente, o valor empenhado, o parlamentar responsável, o município, a organização para a qual foi destinado o material de saúde e a pessoa que acompanhou o processo.

Maria Penha Lino prestou depoimento hoje durante uma hora e meia para a Corregedoria da Câmara, na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília. Mahon afirmou ter sugerido ao Ministério Público e à corregedoria que cruzassem as informações das emendas liberadas com as licitações feitas.

– Se esse cruzamento resultar em 80% ou 90% de licitações feitas pela empresa [Planan], significa que essa lista bate – explicou.

O advogado disse que Maria da Penha Lino nunca viu, entregou ou repassou dinheiro, mas que ela teria conhecimento de que todos os deputados que estão na relação da empresa devem ter tido algum contato com a empresa, que ela não pode dizer qual foi. Mahon afirmou que "ela acha que o parlamentar contatado pela empresa só liberava emenda mediante negociação. Agora, há uma grande diferença entre afirmar quanto era, como era e se há uma efetividade [de crime]".

No início da tarde, a Corregedoria da Câmara ouve Luiz Antonio Trevisan Vedoin, filho do proprietário da Planan. Ainda hoje, a corregedoria ouve mais seis pessoas acusadas de participar do esquema: outro filho do proprietário da Planan, Alessandra Vedoin; a mulher do empresário, Cleia Trevisan; os empresários Gustavo Trevisan Gomes e Ronildo Pereira Medeiros; o representante comercial da Planan Alessandro Silva de Assis e o motorista ligado à empresa, Felipe Fernandez Freitas, identificado como a pessoa que levava os empresários ao Congresso.

O relator da corregedoria, deputado Robson Tuma (PFL-SP), disse que vai analisar o depoimento de Maria Penha Lino com cautela. Ele disse que vai pedir ao STF o material do backup do computador dela para descobrir se o material da Corregedoria e do STF batem.

AGÊNCIA BRASIL
 
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