| 17/05/2006 16h57min
A Organização Não Governamental (ONG) Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH) defendeu hoje que o Ministério Público Federal e o Ministério Público estadual investiguem em que condições se deram as 137 mortes ocorridas no Estado de São Paulo, durante os ataques criminosos promovidos pela organização Primeiro Comando da Capital (PCC).
Na lista de mortos estão 93 supostos criminosos e 44 policiais, agentes de segurança penitenciária e civis. – Queremos que se investiguem as circunstâncias em que todas as pessoas foram mortas, os presos, os civis, os militares, todo mundo. Não somos favoráveis a nenhum tipo de execução, Não é porque as mortes se deram dentro de um processo de conflito, de violência, que não devam ser investigadas – afirmou a coordenadora nacional do MNDH, Rosiana Queiroz. Para ela, o Ministério Público é a instituição mais adequada para fazer uma apuração imparcial e isenta dos fatos. Segundo Queiroz, só uma investigação rigorosa poderá apontar se houve algum tipo de abuso da polícia durante as operações para conter os ataques a alvos policiais e as rebeliões em presídios. – O que tenho acompanhado pelo movimento em São Paulo é que muitas pessoas foram mortas simplesmente por serem transeuntes, por estarem em atitude suspeita, por serem negros, pobres, da periferia. Houve um clima de terror e a polícia reagiu; ao invés de agir, de criar uma ação planejada, fez uma reação violenta – disse. No entendimento da coordenadora, para combater os ataques criminosos, os policiais tiveram uma espécie de consentimento social. – É como se fosse uma autorização: ‘eles [os criminosos] vieram pra cima da gente, então temos que revidar’. Esse tipo de revide não é salutar, é ruim, porque cria uma polícia embrutecida, que, em vez de ser uma polícia inteligente, reage de forma violenta tanto quanto o crime organizado – explicou. AGÊNCIA BRASILGrupo RBS Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2009 clicRBS.com.br Todos os direitos reservados.