| 17/05/2006 17h09min
O presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Milton Zuanazzi, disse hoje, no Rio, que a falta de informações mais detalhadas sobre o leilão de venda de ativos da Varig tem deixado inseguros os investidores interessados na companhia, no que diz respeito à injeção de recursos via empréstimo-ponte junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Segundo ele, as empresas resistem a se habilitar ao empréstimo-ponte por não saberem mais sobre o leilão, o que deverá acontecer com o lançamento do edital com as regras de venda da Varig. Para Zuanazzi, apesar desse problema, o leilão está se tornando viável, mas é preciso garantir a continuidade da companhia até à realização do leilão, em um prazo de 52 dias.
O presidente da Anac ressaltou que, caso não haja investidores interessados no empréstimo-ponte, a companhia precisará garantir alternativas para assegurar o fluxo de caixa até a data do leilão. Entre as alternativas listadas por Zuanazzi, está a dívida de 15 Estados com a companhia, referente a débitos de ICMS indevido no valor de R$ 1,3 bilhão.
Outra alternativa apontada por Zuanazzi é a negociação com a BR Distribuidora para conceder mais prazo no pagamento de combustível, além de outras fontes possíveis de recursos, como os recebíveis de cartões de crédito.
O presidente da Varig, Marcelo Bottini, que participou de um evento com Zuanazzi no Rio, também afirmou que a grande dificuldade para a empresa hoje é o detalhamento do leilão que, segundo ele, deixa os investidores mais inseguros para recorrer ao empréstimo-ponte.
Mais cedo, o diretor da consultoria Alvarez & Marsal, Marcelo Gomes, assinalou que as condições apresentadas pelo BNDES para quem for tomar o empréstimo-ponte não são atraentes. Isso porque o banco, além de carta-fiança, estabelece como taxa de juros a Selic e não a TJLP. Gomes chegou a dizer que dificilmente algum investidor poderá se interessar por essa modalidade de empréstimo, já que ela é semelhante à de qualquer outra instituição financeira
– Eu já não conto com o BNDES. As 14 empresas interessadas que nos procuraram já cogitam até negociar o empréstimo diretamente com a companhia ou por meio de outras instituições financeiras. Mesmo que o banco prorrogue o prazo por um ano, não haveria interessados – acredita o consultor.
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