| 22/05/2006 18h32min
O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, afirmou nesta segunda-feira que não há nada de errado no encontro que teve, na semana passada, com o banqueiro Daniel Dantas, dono do Opportunity, na casa do senador Heráclito Fortes (PFL-PI). Bastos disse que Dantas pediu a audiência para dar explicações sobre as denúncias divulgadas pela revista Veja. Segundo o ministro, durante a conversa não se discutiu nenhum assunto impróprio. Thomaz Bastos ainda negou que o encontro tenha ocorrido com a concordância do presidente Lula.
- Ele disse que iria me entregar uma carta dizendo que nunca tinha investigado nem passado informação nenhuma a órgão de imprensa. Foi uma conversa como outra qualquer. Não entendo por que tanta celeuma. O que importa é que essas conversas sejam impessoais, transparentes, públicas, e não tratem de coisas que não podem ser tratadas - disse o ministro.
Bastos disse que o encontro contou com a participação dos deputados José Eduardo Cardozo (PT-SP) e Sigmaringa Seixas (PT-DF) como testemunhas e que o teor das conversas pode ser obtido com eles. Na carta endereçada ao ministro, Dantas contesta a afirmação da revista Veja de que teria encomendado um dossiê contra autoridades do governo.
- Em respeito à verdade e a Vossa Excelência, asseguro-lhe que não sou responsável, não forneci informações e nem tive participação nessa reportagem divulgada pela revista Veja nessa última semana trazendo a lista de pessoas que supostamente teriam contas bancárias no Exterior - afirma Dantas na carta, com data do dia 15 deste mês.
Em reportagem divulgada na semana passada, a revista fala de um dossiê segundo o qual o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro da Justiça e o diretor da Polícia Federal, Paulo Lacerda, entre outras autoridades, teriam contas bancárias em paraísos fiscais. A revista diz que fez a reportagem com base em informações do dossiê, que teria sido preparado por um ex-funcionário da Kroll Associates por encomenda de Daniel Dantas.
O ministro afirmou ainda que durante o encontro informou a Dantas que a Polícia Federal abriu inquérito para investigar as denúncias feitas pela revista e que a investigação está sendo acompanhada pelo Ministério Público. Bastos voltou a afirmar que a PF levará as apurações até as últimas conseqüências, como tem feito nas grandes operações de combate ao crime organizado nos últimos três anos e meio.
- Eu disse que a PF vai investigar de maneira impessoal e séria - afirmou Bastos.
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