| 22/05/2006 20h52min
O aumento na extração de gás das jazidas nacionais vai provocar uma revisão nos planos de investimentos da Petrobras. A empresa já planeja obras de reforço no gasoduto que liga o terminal de Cabiúnas, no norte capixaba, à Refinaria Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Também serão fretados dois navios-plataforma do tipo FPSO, que produz, estoca e escoa petróleo e gás natural.
– Para aumentar a capacidade de transporte do gás, teremos que redefinir a localização e a extensão de alguns gasodutos, particularmente esse do terminal de Cabiúnas para a Refinaria Duque de Caxias – disse hoje o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, em palestra para empresários na Câmara Britânica de Comércio e Indústria (Britcham).
Na semana passada, durante a reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), a Petrobras anunciou que até 2008 aumentará em 24,8 milhões de metros cúbicos por dia a oferta de gás natural a partir de jazidas brasileiras. A extração ocorrerá em campos no Espírito Santo (16,7 milhões), Rio de Janeiro (6 milhões) e São Paulo (1,5 milhões).
Atualmente, são produzidos cerca de 15 milhões de metros cúbicos de gás natural no país. Com o aumento na extração, o país alcançará a auto-suficiência no fornecimento do produto. Segundo o presidente da Petrobras, o novo volume será destinado principalmente ao Sudeste. Estados como São Paulo tem hoje 70% do gás importado da Bolívia.
No Plano de Negócios para o período de 2006/2010, a Petrobras previa investimentos de US$ 16 bilhões em gás natural com o objetivo de aumentar a oferta interna para 70 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia. Desta forma, a empresa pretendia fazer frente a uma demanda prevista para 2010 da ordem de 100 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia. Deste total, cerca de 40 milhões viriam da Bolívia, país do qual o Brasil importa atualmente cerca de 26 milhões de metros cúbicos por dia.
Com a decisão do presidente boliviano Evo Morales de nacionalizar os ativos das empresas petrolíferas que atuam no país, a Petrobras limitou a projeção de importações da Bolívia a 30 milhões de metros cúbicos por dia. A estatal também antecipou os projetos de aumento na extração de gás no Brasil. Agora, o Plano de Negócios da empresa passa por uma revisão.
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