| 07/06/2006 15h01min
A Justiça do Rio de Janeiro confirmou para amanhã o leilão dos ativos da companhia aérea Varig. A informação foi dada pelo juiz Luiz Roberto Ayoub, titular da 8ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, que preside o processo de recuperação judicial da empresa.
Ayoub afirmou que se houvesse o surgimento de mais recursos para capital de giro para manter a empresa operando, existiria a possibilidade de novo adiamento. Inicialmente, a data estava prevista para o início de julho, foi antecipada para o dia 5 deste mês e, agora, prorrogada para amanhã.
– Qual foi a razão pela qual eu antecipei? Foi exatamente a falta de capital de giro. Se houvesse possibilidade de capital de giro, eu poderia adiar. Mas cadê o capital de giro? Então não vejo como adiar. Me parece uma especulação dos jornais – disse.
O magistrado descartou a possibilidade de que haja um "calote" da parte da Varig aos credores. Ele reiterou que o comprador dos ativos que serão ofertados no leilão não assumirá os passivos trabalhista e fiscal da empresa, que ficarão com a chamada Varig remanescente. Esta, por sua vez, receberá o dinheiro resultante da venda dos ativos no leilão.
– Então, se você vender por 10, a Varig remanescente, ou seja, aquela que fica com o passivo, recebe esse dinheiro. O dinheiro é vertido para o pagamento das dívidas – explicou.
Luiz Roberto Ayoub fez questão de desmistificar quaisquer dúvidas em relação ao pagamento das dívidas da Varig.
– Eu não estou entendendo aonde as pessoas querem chegar. Eu já escutei falarem em calote, que a idéia é não pagar ninguém. As pessoas criam muito. A força inventiva do povo é muito grande – manifestou.
Segundo ele, a engenharia é simples:
– Alguém comprou da forma mais atrativa possível e, portanto, em tese, eleva-se o preço, e o dinheiro resultante dessa alienação vai para a Varig para o enfrentamento do endividamento. Isto é, para o pagamento das dívidas.
A assessoria de imprensa da Varig confirmou que até agora são seis os investidores que deverão disputar o leilão da Varig: as empresas Gol, TAM e OceanAir, do setor aéreo; a empresa AeroLB, que adquiriu no início deste ano a Varig Engenharia e Manutenção (VEM), subsidiária do grupo Varig; o escritório de advogacia Ulhoa & Canto, que estaria representando o fundo de investimentos norte-americano Brooksfield; e o sistema de reserva de passagens Amadeus.
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