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 | 11/07/2002 16h41min

Deputados pedirão a FH que intervenha no Espírito Santo

O presidente da Comissão de Direitos Humanos, deputado Orlando Fantazzini (PT-SP), irá pedir ao presidente Fernando Henrique Cardoso o desarquivamento do pedido de intervenção federal no Espírito Santo. Fantazzini será recebido por FH no Palácio do Planalto às 18h desta quinta-feira, 11 de julho.

O pedido de intervenção, aprovado por unanimidade no Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CDDPH), foi arquivado pelo procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, após uma conversa com FH. O episódio culminou com a demissão do ministro da Justiça, Miguel Reale Júnior.

Em entrevista à Rádio Gaúcha nesta quinta-feira, o presidente da Assembléia Lesgislativa do Espírito Santo, deputado José Carlos Gratz, afirmou que as denúncias envolvendo seu Estado são invenções da imprensa. Segundo ele, a susposta violação de direitos humanos no Espírito Santo – responsável pelo pedido de intervenção – é fantasia. Gratz garantiu que não há no Estado práticas de tráfico de drogas expostas à socidedade, fugas em massa ou controle de bandidos em regiões do Estado. O deputado, que preside o Legislativo estadual há seis anos, é contra a força-tarefa que pode ser instalada em solo capixaba. Para ele, não há definição sobre o que signifca a expressão.

Nesta quarta, o novo ministro da Justiça, Paulo de Tarso Ribeiro, tomou posse. Na cerimônia, FH divulgou uma carta que enviou a Reale Júnior. No texto, FH afirma se sentir traído pelas atitudes do amigo e nega que tenha mudado de posição sobre a intervenção federal no Espírito Santo. De acordo com o presidente, Reale nunca pediu uma audiência para discutir a situação do Estado, que foi tratada “de passagem” em uma reunião. FH afirmou que, naquele momento, considerou “adequado” enviar a questão ao Supremo Tribunal Federal (STF), o que até pouparia o governo de um ato duro e desgastante que “atinge gravemente o princípio do federalismo”. O ex-ministro da Justiça “alfinetou” FH em seu discurso de despedida do ministério.

– Os imperativos éticos foram colocados acima dos ideais e dos sonhos, e por falta desses imperativos éticos é que saio do ministério. Não posso defender o que era uma idéia de governo e agora se tornou outra. A falta de plano ético me fez renunciar – afirmou.

Sobre a criação de uma força-tarefa para combater o crime no Espírito Santo, o novo ministro Paulo de Tarso, oitavo nos oito anos de governo FH, não especificou como esta vai funcionar. Anunciou que vai se reunir com o governador José Ignácio Ferreira (PTN) e seus secretários para “discutir medidas de curto prazo para atender ao povo do Estado’’. Ele adiantou que duas decisões já estão tomadas: a criação de delegacias especializadas da Polícia Federal e o reforço das atividades de inteligência do órgão. Paulo de Tarso não descarta novo pedido de intervenção no Espírito Santo. No entanto, discordou de Reale Júnior sobre o fortalecimento de crime organizado com o arquivamento do pedido de intervenção.

 
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