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O chefe de Gabinete do governo argentino, Alfredo Atanasof, garantiu na manhã desta sexta-feira, 19 de julho, que o governo não irá permitir aumento de tarifas antes de formalizar-se um processo, com partipação do Congresso e da realização de audiências públicas entre consumidores e empresas. Ontem, o ministro da Economia argentino, Roberto Lavagna, chegou a afirmar que haveria reajuste de tarifas em breve, provavelmente até agosto. Apesar de descartar um aumento imediato, Atasanof afirmou que os mecanismos de consulta entre consumidores e empresas irão começar na próxima segunda-feira, dia 22.
Hoje, Lavagna garantiu que o governo argentino completará a emissão de bônus no valor de US$ 9,35 bilhões até 29 deste mês para compensar as perdas dos bancos cujos recursos e empréstimos em dólares foram convertidos em pesos, ocasionando prejuízos de bilhões de dólares. A solvência do sistema financeiro argentino está em risco desde que o governo converteu os empréstimos dos bancos em dólares para pesos na paridade de um a um e alterou os depósitos em dólar para peso com câmbio de 1,4 peso por moeda norte-americana no início do ano, após a desvalorização. Lavagna não informou, no entanto, quando os títulos vencem.
O Banco Mundial (Bird) confirmou que emprestará US$ 150 milhões à Argentina, em curto prazo. Segundo documento divulgado pelo Ministério da Economia, o Bird considera que nos últimos meses o sistema financeiro do país superou a severa crise registrada no início do ano. Já o porta-voz do Fundo Monetário Internacional (FMI), Thomas Dawson, afirmou que a instituição defende a adoção por parte da Argentina de uma âncora monetária para afastar o medo da hiperinflação. Com o comunicado, a direção do fundo volta a criticar as políticas financeiras do governo Eduardo Duhalde. Dawson lembrou ainda que o FMI antecipou que a troca dos depósitos bancários bloqueados por bônus do governo argentino não funcionaria. Só 20% dos correntistas aceitaram trocar o dinheiro bloqueado no chamado corralito pelo bônus. Segundo ele, seria conveniente buscar uma outra opção para superar a crise do sistema financeiro.
Na próxima semana, uma comissão de notáveis – integrada por ex-presidentes de bancos centrais – viaja a Buenos Aires para começar a analisar possíveis políticas monetárias e fiscais para a Argentina. Organizações consideradas de esqureda, sindicatos e outros movimentos populares preparam uma marcha de repúdio à chegada do secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Paul O’Neill ao país, prevista para ocorrer em 1º de agosto. A manifestação deve ocorrer em frente ao Congresso.
As informações são da agência Reuters e do jornal argentino El Clarin.
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