| 30/07/2002 15h33min
O ritmo de alta do dólar comercial apresentou leve redução depois de a Casa Branca anunciar apoio a uma ajuda financeira ao Brasil e confiança na equipe econômica brasileira. Após ter atingido a máxima de R$ 3,30 na manhã desta terça-feira, 30 de julho, às 15h03min a cotação da moeda norte-americana estava em R$ 3,250 na compra e R$ 3,255 na venda, registrando alta de 2,35% ante o fechamento de ontem, segundo informações da Globo News.
A declaração de apoio divulgada pelo porta-voz do presidente George W. Bush, Ari Fleischer, provocou reação positiva também no risco-país brasileiro, que desacelerou o ritmo de alta. Depois de avançar 10,2%, às 14h30min, o indicador do banco JP Morgan cedia e marcava 2.303 pontos-base, com alta de 6,4% (nesta segunda, o índice fechou em 2.164 pontos, 8,7% superior ao último índice, com temores de um calote brasileiro). O reflexo foi observado ainda na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), que voltou a subir nesta terça. Às 15h12min, o IBovespa marcava 9.354 pontos, com alta de 1,23%. O volume de negócios era de R$ 609,7 milhões.
A nota de apoio do governo dos EUA ao Brasil foi o instrumento utilizado para acalmar a tensão provocada pelas declarações do secretário do Tesouro norte-americano, Paul O'Neill, sobre a fuga de capitais de países latino-americanos para bancos na Suíça – dando a entender que haveria desvio de recursos provenientes de organismos financeiros internacionais. As palavras de O'Neill irritaram o presidente Fernando Henrique Cardoso, que exigiu retratação. Nesta segunda, FH ameaçou não receber o secretário norte-americano, que deve desembarcar no Brasil na primeira semana de agosto.
Além de causar mal-estar, a fala de O'Neill foi mal interpretada pelo mercado nesta segunda e ajudou a aumentar o nervosismo que desembocou na sexta cotação recorde sucessiva do dólar desde a implantação do Plano Real. A divisa norte-americana fechou cotada a R$ 3,185 para venda ontem. A turbulência no mercado financeiro ainda motivou a ida de uma missão brasileira a Washington, para manter tratativas com o Fundo Monetário Internacional. A missão é chefiada pelo secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Amaury Bier, e segue os entendimentos iniciados pelo presidente do Banco Central (BC), Armínio Fraga, há duas semanas. O possível acordo envolveria a prorrogação do empréstimo atual de US$ 15,58 bilhões aprovado em setembro de 2001 e um aumento de recursos.
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