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 | 31/07/2002 22h47min

PDT decide futuro sem Fortunati

Em reunião marcada para esta quinta na Capital, Brizola analisa alternativas da sigla após renúncia de candidato

A portas fechadas, o diretório estadual do PDT se reunirá na tarde desta quinta-feira, dia 1º de agosto, com o presidente Leonel Brizola para decidir o que fará diante da renúncia de José Fortunati à disputa do governo do Estado.

Numa reunião de mais de três horas de duração na noite desta quarta-feira, dia 31 de julho, cerca de 200 militantes e coordenadores da campanha eleitoral do PDT demonstraram um sentimento contrário a um possível apoio à candidatura de Antônio Britto (PPS). Ainda fizeram duras críticas a Brizola por não ter se esforçado para impedir a renúncia de Fortunati.

A reunião da noite de quarta-feira seria para avaliar o episódio da renúncia de Fortunati, mas depois de inúmeras tentativas de dissuadir o vereador de desistir da eleição a reunião virou um ato de repúdio a Brizola. Trabalhistas históricos, como o ex-deputado Nei Ortiz Borges, se disseram decepcionados com o momento vivido pelo PDT.

– Se não temos dinheiro, vamos pegar um balde de cal e uma trincha e sair por aí pintando o nome de Fortunati nos muros – implorou Nei Ortiz quase chorando depois de comparar Fortunati a Alberto Pasqualini.

Prefeitos como Valdir Heck, de Ijuí, viajaram até Porto Alegre para prestar solidariedade a Fortunati numa última tentativa de fazê-lo mudar de idéia. Ao final da reunião, no entanto, o sentimento era de que a renúncia é inevitável para que Fortunati tenha uma saída digna deste episódio.

– Fortunati, a tua consciência é teu guia e eu te apoiarei seja qual for a decisão. Acho que a nossa emoção e apoio não é suficiente para fazê-lo continuar – disse o deputado estadual Giovani Cherini antes de abraçá-lo.

O ex-secretário estadual da Fazenda Orion Cabral, um dos coordenadores financeiros da campanha do PDT, disse que a única saída para manter a candidatura seria que Ciro Gomes e Sérgio Zambiasi dessem apoio político e financeiro à campanha do PDT gaúcho. A proposta foi uma das mais aplaudidas pelo plenário.

Por três vezes Fortunati repetiu que estava lá na condição de não-candidato e relatou aos companheiros de partido que disse a Brizola na terça-feira que sua candiudatura não seria problema para alavancar a candidatura de Ciro Gomes (PPS) à Presidência da República.

– Brizola me disse que a prioridade agora é a defesa da candidatura nacional do PPS e que teria recebido muitas ligações de militantes gaúchos preocupados com a campanha do PDT gaúcho – contou.

Por volta das 22h, os militantes reunidos na Câmara aprovaram a defesa da candidatura própria com Fortunati, alinhamento da aliança Frente Trabalhista nacional e estadual e, se a renúncia for mantida, que não haja substituição de Fortunati. Uma comissão tentará levar as idéias nesta quinta à Brizola.

Mais informações sobre candidatos, partidos, pesquisas, regras e números eleitorais no especial Eleições 2002.

 
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