| 01/08/2002 20h44min
O PDT aceitou oficialmente a desistência do vereador José Fortunati (foto) de disputar o governo do Estado. A decisão foi tomada durante reunião das lideranças pedetista, que se encerrou no início da noite desta quinta, 1º de julho. O vereador confirmou que disputará uma das 31 cadeiras gaúchas da Câmara dos Deputados. Com a saída de Fortunati, a idéia de aproximação entre o presidente nacional do PDT, Leonel Brizola – que esteve na reunião do partido,– e o candidato do PPS ao Palácio Piratini, Antônio Britto, começou a ganhar força.
Depois receber aplausos de deputados e dirigentes do PDT ao afirmar que o apoio à candidatura do ex-governador "trata-se de uma chance praticamente inexistente", Brizola repetiu na noite desta quinta, em Porto Alegre, que a prioridade do partido agora é o apoio à candidatura à Presidência da República de Ciro Gomes (PPS) e a definição de um programa para o Estado. Dentro da cúpula do partido, no entanto, há a interpretação de que a negativa de apoiar Britto foi apenas um recúo estratégico de Brizola para baixar a poeira, anúncio que seria feito mais tarde por ele próprio.
Depois de mais de quatro horas reunido com o conselho político do PDT gaúcho e parlamentares, Brizola deixou uma porta aberta para Britto durante entrevista coletiva à imprensa:
– Amanhã, se surgir gente à direita e à esquerda querendo ajudar a empurrar esse caminhão, nós não vamos nos recusar.
O líder trabalhista estaria determinando como fundamentais para o programa três pontos específicos: a duplicação da Estrada da Produção – a BR-386 –, um projeto de desenvolvimento para a Metade Sul e a adoção das escolas de turno integral. No encontro com a imprensa, o líder trabalhista jogou para a próxima segunda-feira a definição sobre o futuro do PDT estadual na campanha eleitoral:
– Por enquanto, a única coisa que podemos descartar é eu vir a ser candidato no Rio Grande do Sul.
Na segunda-feira, Brizola retorna a Porto Alegre para reunir-se com a direção do PDT gaúcho e examinar a possibilidade de manter a candidatura própria, depois da renúncia de José Fortunati na disputa pelo Piratini. A esperança de Brizola é de que o deputado federal Alceu Collares, que faz campanha à reeleição, aceite substituir Fortunati na disputa pelo Palácio Piratini. Desde que foi sondado pelo chefe, na reunião de terça-feira no Rio de Janeiro, Collares tem rejeitado a idéia.
– Nós estamos resolvendo essa questão ainda. Segunda-feira posso dar essa resposta – disse Brizola, que tinha Collares sentado a sua direita durante a entrevista.
Enquanto Brizola ensaia uma aproximação a Britto, a base do partido e prefeitos pedetistas do Interior protagonizam uma rebelião contra tal possibilidade. Manifestos contrário a um possível apoio ao candidato do PPS no Estado chegaram por fax à sede estadual do PDT, na Capital.
Num deles, encabeçado pelo prefeito de Sarandi, Reinado Nicola, o repúdio a Britto é claro.
– PDT é grande demais para ser comandado por um conselho político e para ser um departamento submisso a um partido que surgiu ontem e cujo líder maior combatemos até poucas horas – diz o texto.
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