| 30/08/2006 12h42min
O Brasil tem quase 126 milhões de eleitores, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Destes, cerca de 32 milhões utilizam a internet, conforme dados do instituto de pesquisas Ibope. Ou seja, 25% do total de eleitores brasileiros podem buscar informações sobre as eleições na rede mundial de computadores, fazendo com que ela seja alvo dos partidos na divulgação de seus candidatos.
Um levantamento coordenado pela Escola Superior de Propaganda e Marketing, ainda em desenvolvimento, aponta que o impacto desta nova mídia no voto depende não só do número de pessoas que têm acesso a ela e do interesse na eleição, mas da criatividade de partidos no uso da rede. Quem trabalha com o meio precisa driblar o fato da internet não estar devidamente inserida na legislação eleitoral. A dúvida é se os partidos vão usar a falta de regulamentação para divulgar boatos sobre políticos adversários. – Quando a lei não está clara, a gente adota a medida mais simples que é usar o que está regulamentado –”, afirma Akemi Kawagoe, coordenadora de internet da campanha do candidato do PDT à presidência da República, Cristovam Buarque. – Uso de site, eu posso. Posso usar peça criativa, vídeo, fazer animação. O que não puder fazer, não vou fazer – define. Em geral, quando os responsáveis pelas páginas oficiais dos candidatos têm dúvidas sobre a internet, eles acionam os advogados para fazer consultas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em 1998, apenas uma dúvida foi apresentada ao tribunal. Em 2006, já foram realizadas quatro consultas. Atualmente, a lei proíbe apenas a propaganda de candidatos em páginas de provedores de acesso à internet. O candidato pode participar de debates em salas de bate-papo. E a propaganda não precisa se resumir aos sites oficiais. A militância dos partidos é também responsável informalmente pela divulgação dos nomes dos candidatos. Valter Pomar, coordenador da área de internet da campanha do candidato do PT à presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, diz que o uso da internet pela militância é estimulado. – Há listas de discussão, blogs, páginas das mais variadas mantidas por candidaturas nossas nos Estados, páginas de indivíduos e militantes. Enfim, nós temos estimulado a militância que, para além dos mecanismos formais da campanha, que são a pagina eletrônica e o boletim antivírus, que usem toda a sua criatividade para participar desse espaço de debate que é a internet – disse Pomar. De acordo com a legislação eleitoral, os veículos de comunicação sujeitos a concessão ou permissão do governo, como rádio e TV, não podem dar opinião sobre os candidatos. Os jornais impressos, ao contrário, podem dar opinião e veicular matéria paga. AGÊNCIA BRASILGrupo RBS Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2009 clicRBS.com.br Todos os direitos reservados.