Um assessor do líder palestino Yasser Arafat condenou na sexta-feira, dia 9, o fato de o primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, ter chamado a Autoridade Palestina de uma "gangue assassina'' e acusou o dirigente israelense de tentar minar as negociações com os Estados Unidos. Três ministros palestinos reuniram-se com o secretário de Estado norte-americano, Colin Powell, e com a conselheira de segurança nacional dos Estados Unidos, Condoleezza Rice, na quinta-feira, dia 9, para negociar meios de colocar fim aos 22 meses de conflitos no Oriente Médio.

Em um novo episódio de violência, na sexta-feira, soldados israelenses mataram um palestino em Tulkarm, Cisjordânia. As circunstâncias da morte não foram ainda esclarecidas. Forças de Israel em Qualqilya (também na Cisjordânia) detiveram Ibrahim Abdul Dahmas, descrito pelo Exército como um ativista importante do Hamas, o grupo islâmico responsável por vários atentados suicidas recentes. O Exército disse que outros três supostos ativistas foram detidos.

Os palestinos e os EUA continuavam a se desentender a respeito da exigência feita pelo presidente norte-americano, George W. Bush, para a substituição de Arafat, o presidente eleito dos palestinos. Os ministros de Arafat também tentavam arrancar dos EUA um cronograma claro para a criação de um Estado palestino. Em um discurso transmitido emcadeia nacional de TV, Sharon convocou os israelenses a não se entregarem a "sentimentos de desamparo''.

Uma pesquisa de opinião divulgada na sexta-feira pelo jornal Yedioth Ahronoth mostrou que a confiança da população no premiê havia caído nove pontos percentuais, para 57%, no último mês.

– Entre a gente e o objetivo (da paz) está a gangue assassina, terrorista e corrupta da Autoridade Palestina – disse o premiê.

Ahmed Abdel-Rahman, assessor de Arafat, respondeu no mesmo tom, chamando Sharon e o governo dele de "uma coalizão terrorista e uma gangue de assassinos''. Segundo Abdel-Rahamn, o premiê deu suas declarações com os olhos nas negociações realizadas em Washington. As informações são da agência Reuters.