A confirmação do apoio branco do PDT à candidatura de Antônio Britto (PPS) ao governo do Estado deixa dividido o partido de Leonel Brizola. A partir desta segunda-feira, 12 de agosto, reuniões de dirigentes com militantes e filiados serão realizadas Estado afora para avaliar a situação que deixou sem saída os pedetistas contrários à decisão do líder trabalhista, que vinha se desenhando desde a renúncia de José Fortunati à candidatura ao governo do Estado.

Líderes do PDT, como o presidente do diretório metropolitano, vereador Nereu D'Ávila, admitem que os dias que se seguem serão de difíceis discussões internas.

– Vamos ter de assumir o papel de bombeiros a partir de agora. Precisamos amalgamar o partido, unir metais – comentou neste domingo, 11 de agosto, o dirigente, que também era contra o apoio a Britto, mas hoje se diz convencido pelos argumentos de Brizola de que não há outra saída.

Para convencer os líderes gaúchos de seu partido, Brizola apresentou um argumento para definir o apoio a Britto: era importante que os candidatos a deputado do PDT tivessem um nome forte ao governo do Estado para apoiar e lhes dar sustentação.

– Não ter a quem apoiar para o governo deixaria os pedetistas iguais a filhotes de perdiz que, quando se assustam, correm cada um para um lado diferente – teria dito Brizola.

Entre os líderes do PDT gaúcho que aprovaram o apoio branco ao PPS há uma avaliação de que Brizola poderá ter a maior vitória política desta eleição caso Britto e o candidato a presidente da República do PPS, Ciro Gomes, vençam a disputa. Como articulador das duas candidaturas, Brizola se tornaria o homem mais próximo do poder, posição que os trabalhistas não têm desde a época em que João Goulart era o presidente do país. Os pedetistas que aprovam a aproximação com Britto também tentam dar uma visão diferenciada da situação, definido o apoio ao PPS como uma coalizão contra o PT.

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