| 13/08/2002 16h05min
Os candidatos à Presidência da República precisam ser mais claros em suas propostas para a economia e os bancos tem a "obrigação moral'' de ajudar para que a nova onda de alta do dólar seja contida, avalia o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Externo, Sérgio Amaral. Segundo ele, o governo já fez a sua parte ao assinar um acordo de US$ 30 bilhões com o Fundo Monetário Internacional (FMI) na semana passada.
O ministro insistiu, no entanto, que, para a moeda norte-americana recuar abaixo dos R$ 3 reais é preciso que entrem em cena os presidenciáveis e os bancos.
– Este governo só governará até 31 de dezembro e o que o investidor quer saber é o que vai acontecer a partir de 1º de janeiro – disse Amaral durante café da manhã com correspondentes estrangeiros na Confederação Nacional do Comércio. – Portanto, os candidatos têm que dizer com clareza qual será o compromisso com a economia – disse Amaral, repetindo um discurso que parece já ter sido deixado para trás pelo seu principal usuário, o ministro da Fazenda, Pedro Malan.
Além do fator político, o ministro ressaltou o papel dos bancos nesse processo, já que a redução das linhas de crédito à exportação está sendo apontada como um elemento importante de pressão sobre o dólar.
– Os bancos são parceiros de muitas empresas. Eles não ganham nada em ver que essas empresas, que são parceiras e clientes, encontram dificuldade para fazer o que é fundamental para elas e para o país, que é exportar mais. Os bancos têm a obrigação moral de dar sua contribuição nesse momento – disse o ministro.
O Banco Central pretende oferecer linhas de crédito à exportação para suprir a demanda dos exportadores brasileiros. Amaral declarou também que considerou positiva, porém insuficiente, a decisão do governo dos Estados Unidos de liberar 250 mil toneladas de aço semi-acabado brasileiro das sobretaxas de até 30 por cento adotadas em fevereiro deste ano pelos EUA.
– Acho que é pouco, mas é um passo positivo. É pouco porque não deveria haver nenhuma salvaguarda, mas é positivo ao ver que os EUA, depois de ações do governo e dos empresários brasileiros, estão reduzindo aos poucos as suas barreiras.
As informações são da agência Reuters.
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