| 22/09/2006 21h38min
O delegado Diógenes Curado Filho, encarregado de investigar a origem do dinheiro que compraria o dossiê contra tucanos, considerou o depoimento do ex-diretor do Banco do Brasil Expedito Afonso Veloso bem abaixo da expectativa. O delegado esperava que Expedito indicasse, ou pelo menos desse alguma pista, sobre a origem de dólares e reais que seriam usados para o pagamento aos Vedoin.
– Foi um depoimento improdutivo – disse o delegado.
O procurador da República Mário Lúcio Avelar, que acompanha o caso, também ficou insatisfeito com as declarações de Expedito e de Jorge Lorenzetti. Para o procurador, os dois adotaram a tática de transferir responsabilidade para outras pessoas e tentar se livrar de qualquer vínculo com o dinheiro apreendido.
Expedito repetiu a argumentação de Lorenzetti de que a negociação com a família Vedoin não envolvia dinheiro. Segundo ele, as conversas começaram em agosto. Os petistas teriam oferecido apoio jurídico aos Vedoin em troca de um dossiê que incriminaria políticos tucanos.
Expedito disse ainda que o objetivo era conseguir informações sobre o empresário Abel Pereira, que teria vencido licitações na gestão de Barjas Negri, ministro da Saúde no governo de Fernando Henrique Cardoso. Expedito disse que não sabe de onde veio o dinheiro apreendido com os petistas Gedimar Passos e Valdebran Padilha. Ele confirmou, porém, que Lorenzetti era chefe de Gedimar no núcleo de informações da campanha do PT.
Depois do depoimento, Expedito confirmou que esteve em Cuiabá, a base das negociações para a compra do dossiê, para conferir se Vedoin tinha documentos comprovando pagamento de propina a Abel Pereira.
– Fui lá para cumprir uma função técnica: ver depósitos afetos a pessoas indicadas por Abel Pereira – disse Expedito.
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