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Blair afirma que deixar de agir contra o Iraque não é opção

O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, afirmou neste sábado, dia 31, que o mundo não pode assistir ao Iraque desenvolver armas de destruição em massa sem interferir. Blair disse que não há opção a não ser agir, mas afirmou que não há nenhuma decisão sobre qual seria a ação a ser levada a cabo.

– O mundo não pode ficar parado e permitir que o Iraque desrespeite todas as resoluções da ONU sobre o desenvolvimento de armas químicas, biológicas e nucleares – afirmou a repórteres que o acompanham em uma viagem de três dias à África. – Não fazer nada sobre o desrespeito do Iraque às resoluções da ONU não é uma opção. Essa é a única decisão tomada até o momento. O que faremos sobre isso ainda é uma questão em aberto.

Foram as primeiras declarações do premiê britânico sobre o tema em um mês. Desde a última vez que Blair se pronunciou sobre o tema, em julho, o governo do presidente norte-americano, George W. Bush, reforçou dramaticamente a retórica de guerra contra o presidente iraquiano e reforçou sua posição de conduzir uma ação militar contra Bagdá. Ao mesmo tempo, os governantes da Alemanha e da França afirmam que iriam se opor a qualquer ação militar encabeçada pelos EUA que não tenha o respaldo de uma nova resolução do Conselho de Segurança da ONU, deixando Blair isolado entre os principais líderes europeus em seu apoio incondicional a Washington.

Em Elsinore, na Dinamarca, os ministros das Relações Exteriores dos 15 países que compõem a União Européia tentaram abafar as diferenças reafirmando o apoio aos esforços da ONU em garantir o retorno de inspetores de armas a Bagdá. O ministro alemão, Joschka Fischer, repetiu, no entanto, que o país dele se opõem fortemente a qualquer operação militar para derrubar o presidente iraquiano Saddam Hussein. A declaração é flagrantemente diferente à do primeiro-ministro Blair.

O ministro das Relações Exteriores britânico, Jack Straw, afirmou que qualquer ação militar contra o Iraque não é iminente e disse que Saddam Hussein poderia diminuir a ameaça de um ataque cumprindo as resoluções do Conselho de Segurança da ONU.

– A opção de usar força militar tem de ser considerada se Saddam Hussein não cumprir com essas obrigações – afirmou Straw à BBC.

Blair, em um vôo de 11 horas em direção à África, onde fará uma visita a Moçambique e falará na conferência Rio+10, na África do Sul, afirmou que nada aconteceu no último mês para mudar sua visão sobre o tema. Pesquisas mostram que uma guerra contra o Iraque seria muito impopular no Reino Unido, especialmente entre ativistas do Partido Trabalhista, do premiê Blair. Aparentemente num esforço para acalmar discussões antecipadas, Straw afirmou que o Parlamento teria a chance de debater a questão antes que qualquer decisão sobre uma ação militar seja tomada. Mas reforçou:

– Não acredito nem por um momento que decisões sobre uma ação militar sejam iminentes... por tanto a idéia de que o Parlamento vá ser chamado para debater a questão nas próximas semanas é, quase certamente, muito distante.

As informações são da agência Reuters.

 
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