| hmin
O governo brasileiro e grupos ambientais disseram neste domingo, 1º de setembro, que a Rio+10 estava considerando a possibilidade de um auxílio à energia nuclear, vista por muitos ativistas como uma tecnologia pária e arruinada por um registro de fraca segurança.
Eles disseram que um parágrafo foi proposto ao acordo da cúpula que originalmente pretendia auxiliar energias renováveis, como a solar ou a eólica, para incluir uma referência aberta a ``tecnologias de energia''.
A referência, numa passagem que pedia para diversificar as fontes de energia e transferir o conhecimento para os países pobres, seria aproveitada pela indústria nuclear como uma oportunidade para promover a polêmica tecnologia, argumentaram os delegados do governo brasileiro e ambientalistas.
– Não acreditamos que este (parágrafo) seja adequado para se falar em (energia) nuclear –, disse o ministro do Meio-ambiente do Brasil, José Carlos de Carvalho.
– Isto é totalmente ultrajante – disse o diretor da política do Greenpeace, Remi Parmentier.
– Iria abrir caminho para aumentar a quota de energia nuclear no mundo – acrescentou.
A cláusula é parte de um extenso plano das Nações Unidas para diminuir a pobreza enquanto protege o meio ambiente, ao qual os negociadores estão lutando para chegar a um acordo antes que os líderes mundiais se reúnam em Johanesburgo na segunda-feira, dia 2 de setembro.
Delegados e ambientalistas dizem que a proposta foi feita pelos Estados Unidos na tarde de sábado e tem o apoio dos produtores de petróleo da OPEC e de vários membros do G77, de países em desenvolvimento.
Um delegado norte-americano confirmou que sua equipe havia feito a proposta. Ao ser perguntando se o movimento significava que Washington estava defendendo a energia nuclear, ele replicou:
– É justo dizer que nós defendemos todas as formas de tecnologia energéticas.
A energia nuclear sofreu um abalo em seu prestígio quando houve a explosão na usina nuclear de Chernobyl, na ex-União Soviética, em 1986, o pior acidente civil nuclear no mundo. Grupos verdes dizem que a energia nuclear não é apenas perigosa, mas também produz lixo tóxico que ficará no planeta por milênios.
Mas a energia nuclear ainda é responsável por cerca de 7% do consumo de energia mundial, especialmente nos sistemas de energia planejados da Rússia, Taiwan, das duas Coréias, do Japão e da França.
Grupo RBS Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2009 clicRBS.com.br Todos os direitos reservados.