| 08/09/2002 15h12min
Um ex-inspetor de armas da Organização das Nações Unidas (ONU), Scott Ritter, criticou neste domingo, 8 de setembro, a campanha dos Estados Unidos para derrubar o presidente iraquiano Saddan Hussein.
Ritter, que rejeita as alegações dos EUA de que Bagdá estaria desenvolvendo armas de destruição em massa disse neste domingo, 8 de setembro, no Iraque, que Washington cometerá um erro histórico se atacar o país.
O inspetor, de nacionalidade americana, chegou ao Iraque no sábado numa visita que programou na esperança de ajudar a impedir que seja desencadeada uma guerra liderada pelos EUA. Ele desafiou Washington a mostrar provas de sua afirmação de que Bagdá estaria produzindo armas proibidas e representa uma ameaça aos países vizinhos.
Ritter, que durante sete anos integrou o organismo da ONU encarregado de desmontar as armas iraquianas, exortou Bagdá a permitir o retorno incondicional dos inspetores de armas da ONU.
– Meu país parece estar à beira de cometer um erro histórico – disse Ritter ao Parlamento iraquiano, fazendo referência ao possível ataque dos EUA contra o Iraque.
O presidente Bush pode ordenar um ataque militar contra o Iraque para derrubar o governo do presidente Saddam Hussein, a quem Washington acusa de desenvolver armas nucleares, biológicas ou químicas.
– O discurso de medo disseminado por meu governo não foi, até agora, respaldado por evidências que substanciem as alegações de que o Iraque possui armas de destruição em massa ou tem vínculos com grupos terroristas responsáveis pelos ataques de 11 de setembro contra os Estados Unidos – disse Ritter.
O ex-fuzileiro naval americano renunciou a seu posto na ONU em 1998, o ano em que os inspetores deixaram o Iraque. Mais tarde, acusou Washington de utilizar as equipes de inspeção para fazer espionagem no Iraque.
Quando deixou seu trabalho na ONU, Ritter acusou a ONU e os Estados Unidos de não terem sido suficientemente intransigentes com o Iraque quando este violou as resoluções do Conselho de Segurança. Mais tarde, porém, passou a formular duras críticas contra a política dos EUA em relação ao Iraque.
– Durante quase sete anos de atividade contínua de inspeção por parte da ONU, já foi certificado que o Iraque está desarmado em entre 90 e 95 por cento – disse ele.
– A verdade é que hoje o Iraque não representa ameaça para os países vizinhos e não está agindo de maneira que represente ameaça a ninguém fora de suas próprias fronteiras.
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