Em uma partida cujo placar não refletiu o equilíbrio do duelo, a seleção brasileira masculina de vôlei bateu a República Tcheca por 3 sets a 0, parciais de 25/22, 25/20 e 26/24 e conquistou mais uma vitória na segunda fase do Campeonato Mundial. Com isso, o time segue vivo em busca de uma vaga na semifinal da competição.

Exatamente como os jogadores brasileiros previam, os tchecos vieram sem responsabilidade em quadra e forçando muito o saque. Com isso tornaram a partida bem mais complicada que os Estados Unidos, derrotados pelos brasileiros na madrugada deste sábado. Apesar de nenhum destaque individual e de uma atuação apenas razoável de Ricardinho, a equipe de Bernardinho mostrou muita maturidade e tranquilidade nos momentos decisivos e conseguiu sair de quadra com um bom resultado.

A República Tcheca, por sua vez, mostrou um bom potencial de jogo, mas viu refletido em quadra a falta de tranquilidade na hora da decisão. A equipe vem sofrendo problemas internos desde a eliminação no Campeonato Europeu diante da Alemanha e o técnico Haik Zdenek assumiu o cargo há cerca de um mês.

Com este resultado, o Brasil continua na cola da Bulgária, líder invicta do Grupo F e se mantém bem no confronto contra França e Itália, duas equipes que podem ameaçar a presença da equipe verde-amarela na semifinal. O próximo desafio nacional será na madrugada de terça-feira, justamente contra os italianos às 2h de Brasília. Eliminada, a República Tcheca encara Cuba.

Apostando na tática mais conhecida para se derrotar a equipe de Bernardinho, os tchecos começaram a disputa apostando em um saque muito forçado e ataques fortes. Isto, aliado ao eficiente bloqueio do time, fez com que rapidamente os adversários abrissem 6 a 2 e forçassem o primeiro pedido de tempo de Bernardinho.

A tática deu certo apenas temporariamente e o Brasil encostou em 6 a 5. Porém, errando muitos contra-ataques, os brasileiros permitiram novo distanciamento dos rivais. Um exemplo claro foi no ponto que colocou a República Tcheca com 9 a 6 no placar: após receber a bola de graça, o Brasil acabou tomando um ponto de bloqueio.

O lance empolgou os tchecos, que conseguiram manter uma vantagem média de três pontos, mesmo com os bons saques de André Nascimento, chegando a ter 16 a 12 no segundo tempo técnico. Com 19 a 16 no placar, Bernardinho resolveu antecipar um pouco a inversão e colocou Marcelinho e Anderson em quadra.

A tática surtiu efeito e com dois bons lances de Giba e um bloqueio de Anderson, o Brasil assumiu a liderança pela primeira vez: 21 a 20. A virada provocou uma série de três erros não forçados da República Tcheca, que, com 24 a 21 no placar, pouco pôde fazer para evitar o 25/22, obtido em um ponto de Giba pela saída de rede.

Apesar da virada, os tchecos não se abalaram e continuaram resistentes na segunda etapa. Mais uma vez forçando o saque para dificultar o trabalho de Ricardinho, eles abriram uma vantagem de 4 a 2, mantida através de trocas de pontos até o 10º ponto, quando os brasileiros empataram em um toque de rede adversário.

Em seguida, porém, os campeões mundiais erraram quatro lances seguidos e permitiram que a República Tcheca fizesse 14 a 12. Porém, o time não demorou a se recuperar e em um belo saque de Giba que o líbero Obdrzalek não pegou, novo empate em 14 a 14. Os dois times trocaram bolas e o segundo tempo técnico foi feito com os tchecos à frente (16 x 15).

Só que mais uma vez, os europeus mostraram falta de maturidade na hora de decidir. Após chegar á reta final da etapa com 19 a 19 no placar, Bernardinho pediu maior atenção ao bloqueio e foi prontamente atendido. Com um paredão em quadra, o Brasil abriu uma boa vantagem e fechou o set em 25/20 em um erro de saque do adversário.

Ao contrário dos sets anteriores, foi o Brasil quem começou bem a terceira etapa, abrindo logo uma vantagem de quatro pontos. Porém, foi a vez dos rivais se recuperarem e os dois times seguiram até a alternando pontos até o final, quando o Brasil mostrou sua superioridade e fechou a partida.

GAZETA PRESS