| 10/09/2002 22h03min
Comércio, bancos, escolas e repartições públicas estarão funcionando normalmente, nenhuma empresa aérea suspendeu vôos e, cedo pela manhã, os congestionamentos rotineiros nas vias de acesso às grandes cidades vão se repetir.
O que faz desta quarta – a data que marca o primeiro aniversário dos atentados terroristas em Nova York e Washington – um dia diferente nos Estados Unidos não é uma mudança evidente no cotidiano dos americanos, e sim algo menos tangível, um clima de apreensão e tristeza, em que o temor de novos ataques junta-se às lembranças dos acontecimentos de um ano atrás, horas de pânico e caos sem paralelo na história do país.
Embora não precisasse de incentivo adicional, o medo coletivo foi reavivado nesta terça, dia 10 de setembro, pelo governo, com a notícia de que o nível de alerta contra atentados passou de amarelo, que representa risco elevado, para laranja, que indica alto risco. Segundo o secretário de Justiça, John Ashcroft, a mudança deve-se a novas informações obtidas pelos serviços de espionagem sobre a possibilidade de atentados, especialmente no sudeste da Ásia e no Oriente Médio.
De acordo com Ashcroft, nos últimos dias a CIA (agência de inteligência) e o FBI (polícia federal) detectaram uma crescente troca de mensagens pela Internet e telefonemas entre suspeitos de pertencerem à Al-Qaeda, a organização terrorista de Osama bin Laden, fenômeno idêntico ao ocorrido imediatamente antes dos ataques do ano passado. Além disso, o governo americano acredita que células da Al-Qaeda, estabelecidas no sudeste asiático, estão estocando explosivos desde o início deste ano para cometer atentados nesta quarta.
Desde esta terça, as embaixadas dos EUA na Indonésia e na Malásia estão fechadas, devido a "ameaças verossímeis" de atentados, segundo o embaixador na Indonésia, Ralhp Boyce. Pelo mesmo motivo, as embaixadas e consulados em outros cinco países – Barein, Etiópia, Vietnã, Camboja e Paquistão – estarão fechados nesta quarta.
A marinha americana também emitiu um alerta avisando que a Al-Qaeda pode estar planejando ataques contra navios petroleiros na região do Golfo Pérsico. Boa parte das tropas dos EUA estacionadas no Oriente Médio está sob o chamado "nível de vigilância delta", preparada para a guerra, com uniformes de combate e armas carregadas.
Apesar de assessores do presidente George W. Bush insistirem que "não há nenhuma informação específica" de que terroristas tentarão marcar o dia do aniversário dos atentados com novos atos de violência, o governo não economizou precauções. Em Washington, como aconteceu um ano atrás, o vice-presidente Dick Cheney foi removido para um "local secreto", onde permanecerá durante os próximos dias.
Marco Zero, como ficou conhecido o local das torres do World Trade Center, destruídas nos ataques de 11 de setembro
Foto:
Gary Hershorn
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REUTERS
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