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Levantamento por telefone encomendado pelo PT constatou que a artilharia pesada do presidenciável José Serra (PSDB) contra seu adversário Luiz Inácio Lula da Silva (PT) atingiu a campanha petista. Conhecida como tracking, a sondagem mostrou que Lula pode perder pontos com os ataques, mas não necessariamente a eventual migração de votos beneficiaria Serra.
As informações coincidem com a consulta realizada pelo comitê tucano, indicando que novos indecisos estariam dispostos a votar em Anthony Garotinho (PSB).
– A própria campanha do Serra deve avaliar se o estilo Collor compensa e se o eleitorado do PSDB vai entender isso – afirmou o líder do PT na Câmara, João Paulo Cunha (SP), numa referência ao ataque frontal do então candidato Fernando Collor contra Lula, na campanha presidencial de 1989.
Em reunião realizada nesta quarta-feira, dia 18, com a equipe responsável pelo programa de TV, dirigentes petistas chegaram à conclusão de que devem reagir de forma mais dura a todos os ataques.
– Mas sem entrar na baixaria – advertiu um colaborador.
Lula continua dizendo que, se depender dele, não haverá ataque direto a Serra. Integrantes da campanha de Lula, como os deputados Aloizio Mercadante (SP) e José Genoíno (SP), foram destacados para conversar com colaboradores do tucano na tentativa de conter novas agressões. Mercadante e Genoíno têm a governabilidade como argumento para pressionar os tucanos.
Os dois deputados vão dizer aos interlocutores do PSDB que, com a fuzilaria de Serra voltada para o PT, um eventual governo tucano teria problemas numa área sensível, de centro-esquerda, e poderia enfrentar no futuro a ira das bancadas de esquerda no Congresso. E, na possibilidade de um governo do PT, Lula pretende chamar parte do PSDB para compor sua base de sustentação no Legislativo.
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