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Os Estados Unidos se abstiveram na terça-feira,dia 24, de votar uma resolução do Conselho de Segurança da ONU que exige que Israel encerre o cerco a Yasser Arafat na Cisjordânia. Como não usaram seu poder de veto, os EUA acabaram permitindo a aprovação da medida.
Todos os outros 14 membros do Conselho votaram a favor, após 11 horas de discussões. A resolução também pede à Autoridade Palestina que leve à Justiça todos os responsáveis por atentados. Diplomatas disseram que desta vez os EUA preferiram não vetar a resolução, como já ocorreu várias vezes, para não se distanciar dos países árabes, estratégicos para um eventual ataque ao Iraque.
Os Estados Unidos se recusaram a votar a favor da resolução porque ela não continha menções aos grupos Jihad e Hamas, responsáveis por dois atentados na semana passada. Essa menção constava de um esboço apresentado na segunda-feira pelos norte-americanos, com uma linguagem excepcionalmente dura contra Israel.
– A resolução que adotamos esta noite é viciada porque, na nossa opinião, não condena explicitamente os grupos terroristas e aqueles que oferecem cobertura política e apoio na perpetuação do conflito no Oriente Médio – disse o representante norte-americano, James Cunningham.
A resolução afinal aprovada exige que Israel "pare imediatamente as medidas dentro e ao redor de Ramallah, inclusive a destruição da infra-estrutura palestina civil e de segurança.'' O texto pede também "a rápida retirada das forças de ocupação israelenses'' para os limites anteriores a setembro de 2000, quando começou a atual intifada (rebelião), que já matou mais de 2 mil pessoas.
Na quinta-feira, dia 19, em retaliação por dois atentados suicidas, Israel voltou a atacar o quartel-general do presidente Arafat. As ameaças dos Estados Unidos contra o Iraque pairaram durante toda a reunião do Conselho, embora Washington diga que não há relação entre as duas questões.
– Por que o padrão duplo? – se perguntava Yania Mahmassani, representante da Liga Árabe. – Por que as resoluções da ONU sobre Israel não são cumpridas como acontece com outros países?
Houve intervenções de 44 países no debate, inclusive do Iraque. Seu embaixador, Mohammed Aldouri, não mencionou as atuais ameaças norte-americanas, mas pediu desculpas por se sentar ao lado do embaixador israelense. Aldouri criticou a "máquina de guerra sionista'' e disse que as objeções a uma resolução apresentada pelos palestinos representavam "a política do poder'', que poderia levar a uma explosão.
O representante palestino na ONU, Nasser Al Kidwa, acusou Israel de desafiar três décadas de resoluções e pediu ao Conselho que desta vez o texto seja cumprido. Já o israelense Yehuda Lancry, que não queria resolução alguma, acusou os ''grupos terroristas palestinos'' por prejudicar o processo de paz. As informações são da agência Reuters.
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