| 23/09/2002 22h57min
Isolado em seu quartel-general desde quinta-feira, o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Yasser Arafat, prometeu nesta segunda-feira, 23 de setembro, resistir a ofensiva israelense e rechaçou o pedido de entregar uma lista com o nome de todos que estão refugiados em seu quartel-general, exigida por Israel.
Em meio à tensão no Oriente Médio, o ministro do Meio Ambiente de Israel, Tzachi Hanegbi, em declaração publicada em no jornal israelense Ha'aretz, revelou que Arafat será deportado até outubro. No entanto, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Shimon Peres, do partido trabalhista, se opõe vigorosamente à deportação de Arafat.
– Quem quer deportar Arafat, quer, de fato, reinstalá-lo como líder da revolta árabe – afirmou o ministro, segundo o jornal.
Peres acrescentou nesta segunda, em entrevista a uma rádio israelense, que, apesar das críticas ao cerco, a operação tem conseguido resultados. Segundo ele, o conselheiro de Segurança da Autoridade Palestina, Mohamed Dahlan, entrou pessoalmente em contato com a Jihad Islâmica e Hamas para pedir um fim aos atentados contra Israel. Peres disse que esse é um resultado concreto do cerco.
Conforme informações do ministro palestino Saeb Erekat, que reuniu-se com autoridades israelenses na base militar de Beit El, um posto avançado do exército israelense nos arredores de Ramallah, Arafat rejeitou a exigência israelense para que entregasse uma lista de nomes com todos os homens presentes no local.
– Dissemos aos israelenses que isto não é da conta deles e exigimos uma retirada imediata e incondicional do gabinete do presidente Arafat e o fim do cerco – declarou Erekat.
Erekat comentou que o prédio onde Arafat está preso ao lado de 200 assessores e seguranças corre risco de desabamento. O edifício onde se encontra o líder palestino é o único ainda intacto desde que bombas e retroescavadeiras israelenses derrubaram ou danificaram todos os outros. Ainda nesta segunda tanques mantinham um forte cerco.
A medida de isolar o quartel-general de Arafat, na cidade de Ramallah, na Cisjordânia, foi tomada pelo governo de Israel depois que cinco pessoas (além do homem-bomba) morreram em um atentado suicida em Tel-Aviv. Segundo o exército israelense, encontram-se no QG mais de 20 palestinos envolvidos em ataques terroristas.
Arafat se negou a entregar lista de refugiados e permanece preso em seu quartel-general
Foto:
Hussein Hussein, Handout
/
Reuters
Grupo RBS Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2009 clicRBS.com.br Todos os direitos reservados.