No dia em que se completou uma semana do cerco ao presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Yasser Arafat, Israel mobilizou helicópteros de combate Apache nesta quinta-feira, 26 de setembro, e lançou mísseis sobre Gaza. Dois palestinos morreram. A escalada de violência pode prejudicar os esforços dos EUA de buscar apoio árabe para uma eventual guerra contra o Iraque.

Sem citar nomes, as autoridades israelenses afirmaram que o alvo do ataque era um militante palestino envolvido na organização de ataques suicidas. Fontes do Hamas, no entanto, acreditam que o alvo do ataque era o comandante militar Mohammed Deif, que não estava na área. Um dos mortos foi identificado como Issa Abu Abajram, um líder das Brigadas de Mártires de Al-Aqsa, braço armado da organização política Fatah, grupo de Arafat. Outra vítima foi identificada como Atiya Abu Jabbar, militante do Hamas na Faixa de Gaza.

Fontes policiais israelenses disseram que receberam informações sobre a morte de Deif. O exército não comentou o ataque. Embora o Hamas tenha insistido que Deif está vivo, ameaçou Israel com novos ataques para vingar o bombardeio.

De acordo com testemunhas, um carro foi atingido em cheio por um míssil e a explosão incendiou outro veículo. Pelo menos 27 pessoas ficaram feridas, seis delas com gravidade. O ataque ocorreu no bairro de Sheikh Radwan, reduto do Hamas, uma das organizações que lideram o levante palestino pela desocupação da Cisjordânia e Faixa de Gaza. Abdel Aziz al-Rantissi, uma autoridade do Hamas, disse que pelo menos 15 crianças estão entre os feridos.

Israel voltou a defender o cerco a Arafat, dizendo que com essa medida está evitando uma escalada de violência palestina, que estaria planejada com vistas a um possível ataque americano ao Iraque. Os tanques de Israel já destruíram vários prédios do complexo presidencial de Ramallah. Lá dentro estão 200 pessoas, das quais 50 são procuradas pelas autoridades israelenses. Arafat se recusa a entregar esse grupo.