| 28/09/2002 13h41min
Após uma semana de articulações com o Congresso norte-americano e a ONU em busca de apoio à sua campanha contra o Iraque, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, apresentou novamente seus argumentos ao público de seu país, alegando que o Iraque é uma grave ameaça que deve ser detida.
– O perigo ao nosso país é grave e está crescendo'', disse ele, em seu programa semanal de rádio. – Os perigos que enfrentamos só vão piorar a cada mês ou ano. Ignorar essas ameaças é encorajá-las -- e quando elas tiverem se materializado, talvez seja tarde demais para proteger a nós e aos nossos aliados.
– Até lá, o ditador iraquiano terá os meios para aterrorizar e dominar a região, e a cada dia o regime do Iraque poderá estar passando antraz ou uma arma nuclear a um grupo terrorista – declarou Bush.
Na próxima semana, o Senado norte-americano, controlado pela oposição democrata, deve debater uma resolução que autorizaria o presidente a lançar uma campanha militar para derrubar Saddam Hussein. Bush disse no rádio estar confiante de que terá apoio parlamentar, apesar das dúvidas levantadas por alguns democratas de destaque, como o senador Edward Kennedy.
– Estamos avançando rumo a uma resolução forte autorizando o uso da força, se necessário, para defender nossos interesses de segurança nacional e lidar com a ameaça representada por Saddam Hussein.
Washington tem enfrentado obstáculos para conseguir uma nova resolução contra Bagdá na ONU. O presidente francês, Jacques Chirac, disse a Bush na sexta-feira que deseja ver um processo em duas etapas. Segundo a proposta da França, o Conselho de Segurança faria primeiro uma resolução sobre o retorno dos inspetores de armas e, se os iraquianos dificultassem os seus trabalhos, uma segunda resolução seria negociada determinando eventuais punições ao país de Saddam.
Bush é a favor de uma única resolução que, desde já, autorize o uso da força militar. Diplomatas disseram que os Estados Unidos apresentarão formalmente na próxima semana uma proposta de resolução ao Conselho de Segurança. O Iraque, de acordo com o projeto a ser discutido, teria sete dias após a adoção da resolução para aceitar todas as suas determinações. Após 30 dias, Bagdá teria de declarar todas as armas nucleares, químicas, biológicas e mísseis balísticos remanescentes em seu território.
Se Bagdá fizer "declarações falsas ou omissões'' ou se negar a cumprir o exigido na resolução de outra maneira, o uso da força militar seria autorizado. No rádio, Bush acusou ainda o regime de Saddam de usar o estupro como arma de intimidação e tortura contra opositores e seus filhos.
– Sabemos que o regime iraquiano é liderado por um homem perigoso e brutal. Sabemos que ele está buscando ativamente tecnologias destrutivas para aplacar seu ódio. E sabemos que ele precisa ser detido.
As informações são da agência Reuters.
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