| 17/10/2002 16h41min
O governo argentino voltou na quinta-feira, dia 17, a mostrar sua apreensão de que o emaranhado judicial que envolveu o processo eleitoral no país possa impedir que a população eleja, em 30 de março de 2003, seu próximo presidente.
– Vocês sabem que não era este o processo eleitoral que queríamos, mas agora tudo depende mais da Justiça e também do que fazem os partidos políticos. Nós insistiremos pelas eleições em 30 de março – disse a jornalistas o chefe do gabinete de ministros, Alfredo Atanasof.
O processo eleitoral começou em julho, quando o presidente Eduardo Duhalde firmou um decreto fixando 15 de dezembro como a data para que todos os partidos políticos com mais de um pré-candidato à Presidência realizassem suas primárias. Mas, na semana passada, uma juíza eleitoral disse que o governo não poderia obrigar os partidos a realizar suas eleições primárias em uma data específica, porque eles eram autônomos. Ela deixou nas mãos das forças políticas a organização das primárias.
Apesar disso, os dois maiores partidos do país em número de afiliados disseram ter decidido realizar as primárias em 15 de dezembro, como queria o governo. De qualquer forma, o presidente Eduardo Duhalde decidiu apelar da decisão da juíza eleitoral. Essa apelação atrasou todo o trabalho da Justiça Eleitoral para organizar as eleições primárias. Se o governo conseguir uma vitória no tribunal de apelações, o conflito chegará à Corte Suprema de Justiça e, mesmo no caso de o tribunal máximo dar razão a Duhalde, o tempo transcorrido impediria a Justiça Eleitoral de organizar as eleições primárias para 15 de dezembro.
Dessa situação hipotética surge o temor do governo de que as eleições de 30 de março também sejam adiadas. Diante disso, Atanasof reiterou que Duhalde pensou em pedir à Assembléia Legislativa, – a união da Câmara dos Deputados e o Senado –, que o designou presidente em janeiro, que aceite sua renúncia a partir de 25 de maio, data que o governo fixou para realizar a troca de poder. Desse modo, Duhalde estaria pressionando para que as eleições gerais não demorassem a acontecer. As informações são da agência Reuters.
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