| 16/08/2007 22h23min
O número de mortos depois dos terremotos que sacudiram a costa peruana na noite desta quarta-feira chega a 510. Segundo cálculo dos bombeiros que fazem os resgates, outras 1,2 mil pessoas ficaram feridas. Sem serviços básicos e com problemas de comunicação, o Peru continua as buscas por sobreviventes.
O Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês) elevou a magnitude do abalo, de 7,9 para 8 graus. Esta é a segunda vez que o USGS corrige a intensidade do tremor. Na quarta-feira, em poucas horas, o terremoto passou dos 7,5 graus iniciais para os 7,9 graus alterados nesta quinta-feira.
O número de vítimas, que pode aumentar nas próximas horas, vem sendo divulgado pelo governo peruano, pelo Instituto Nacional de Defesa Civil e por organizações internacionais, como a Organização das Nações Unidas (ONU), razão pela qual sofre algumas variações.
O tremor, cujo epicentro foi localizado no mar, 167 quilômetros ao sul de Lima, e que provocou
a emissão de um alerta de tsunami,
foi sentido em todo o país em nações vizinhas. Porém, afetou principalmente as cidades de Ica, Chincha e Pisco, no departamento de Ica, e de Cañete, no de Lima.
O governo declarou estado de emergência na região. Além disso, enquanto as autoridades se esforçam para acelerar a chegada de ajuda humanitária, as equipes de resgate trabalham contra o relógio para salvar o maior número de pessoas possível, principalmente em Ica e Pisco. Esta última localidade, situada mais de 200 quilômetros ao sul de Lima, amanheceu sem água, sem luz, com problemas de comunicação e com 70% de sua área destruída, informou o prefeito, Juan Mendoza.
Imagens divulgadas pela TV peruana mostraram dezenas de cadáveres espalhados pelas ruas e praças de Pisco. Os esforços das equipes de resgate se concentram na Igreja de São Clemente, que desabou completamente enquanto era celebrado um ato religioso acompanhado por centenas de fiéis.
O presidente Alan García chegou a Pisco na manhã
desta quinta para acompanhar as
ajudas aos desabrigados, e anunciou que, em breve, chegará ajuda internacional.
Expressões de apoio vêm de todo o mundo
Ao longo do dia, as expressões de apoio procedentes de todo o mundo se multiplicaram, como as enviadas pelo presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, pelo Papa Bento XVI e pelos presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da França, Nicolas Sarkozy.
Os chefes de Estado de México, Felipe Calderón; Argentina, Néstor Kirchner; Chile, Michelle Bachelet; Equador, Rafael Correa; e Colômbia, Álvaro Uribe, também se mostraram dispostos a ajudar.
Nesta quinta-feira, vários aviões partiram de Lima em direção à região mais afetada com toneladas de comida, agasalhos, barracas e remédios. Alan García também anunciou a criação de uma ponte aérea com Lima para transferir os feridos e evitar que os hospitais locais fiquem saturados.
Em Ica, foram improvisados, ainda na noite de
quarta, hospitais de campanha para atender aos feridos no meio da
escuridão, já que o tremor afetou a distribuição de energia.
Tremor derrubou muros de presídios
Em Chincha, 200 quilômetros ao sul de Lima, 600 presos da cadeia de Tambo de Mora aproveitaram o desabamento das paredes do presídio para fugir. Até o momento, apenas 29 deles foram capturados. Os muros de outro presídio da região de Ica também desabaram. Mas nenhum detento conseguiu fugir, segundo a ministra da Justiça, María Zavala.
Medo de tsunami foi afastado
O medo de a costa peruana ser atingida por um tsunami se afastou definitivamente, apesar de uma série de ondas fortes ter deixado desabrigados os habitantes de algumas localidades, como a de Punta de El Callao.
Algumas áreas do Peru ainda sentiram outras 340 réplicas do tremor. A última, de 5,1 graus na escala Richter, foi registrada às 10h29min (12h29min de Brasília), segundo o Instituto Geofísico do
Peru.
Peruanos precisaram dormir em praças enquanto equipes de resgate trabalhavam entre os escombros dos edifícios derrubados
Foto:
Martin Mejia
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AP
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