| 11/12/2007 18h58min
Os senadores José Sarney (AP) e Pedro Simon (RS) bateram boca na reunião desta terça-feira da bancada peemedebista no Senado, em que Garibaldi Alves Filho (RN) foi escolhido para ser candidato à presidência da Casa. O gaúcho partiu para o ataque logo de saída, ao apresentar oficialmente sua candidatura.
— Tenho sido discriminado no PMDB nos últimos 10 anos. Recebi um manifesto de apoio com a assinatura de 34 senadores que o partido nem sequer levou em consideração — reclamou. — Sou discriminado pelo Lula, pelo líder do partido e pelo Sarney — completou.
Sarney reagiu, cobrando justiça de Simon, conhecido por ter feito voto de pobreza e ter aderido à Ordem de São Francisco de Assis.
— Vossa Excelência é um franciscano, mas procede aqui de maneira diferente. Um franciscano não pode ser injusto — cobrou o senador do Amapá.
— Sou franciscano e rezo por Vossa Excelência todo dia — respondeu Simon. — Quando Sarney foi para o governo,
pensei que o PMDB estivesse no governo, e não
estava. Nunca ninguém me ofereceu nada aqui no Senado. Zero! — protestou, sendo imediatamente contestado pelo senador Wellington Salgado (MG), que alegou que o gaúcho poderia ter escolhido qualquer comissão para presidir, mas disse na época que não queria.
Simon acusou Sarney de recusar os apelos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que presidisse o Senado, porque se trata de um mandato-tampão, de apenas um ano.
— O que o Sarney quer é se candidatar daqui a um ano para se reeleger e passar quatro anos na presidência do Senado — afirmou, ouvindo em seguida o pedido de Sarney de que se "tranqüilizasse".
— Não serei candidato a nada. Nem daqui a um ano, nem nunca mais na minha vida — respondeu o senador do Amapá, que viu então Simon sair-se com uma tirada de bom-humor, encerrando o bate-boca com a frase "Esta é uma boa declaração, peço que conste em ata".
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