O presidente da Comissão Mista de Orçamento, senador José Maranhão (PMDB-PB), afirmou nesta segunda-feira que os cortes nos recursos orçamentários dos três poderes para compensar a perda da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) serão proporcionais aos respectivos orçamentos. Qual proporcionalidade, entretanto, ainda não foi definida.

— Não estabelecemos ainda nem percentual e nem números absolutos, mas a escolha das áreas em que serão feitos cortes dependerá do chefe de cada poder — informou, ao deixar a sala da presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Ellen Gracie.

Em reunião com a cúpula do STF, Maranhão e o relator do Orçamento, deputado José Pimentel (PT-CE), iniciaram as negociações sobre os cortes, mas já enfrentaram as primeiras resistências, de acordo com informações de fontes do Supremo. O Judiciário não aceita, por exemplo, que as despesas de pessoal entrem no cálculo dos cortes.

Pimentel disse que a decisão de adiar para fevereiro a votação da proposta do Orçamento lhe dará mais tempo para fazer as negociações necessárias. Embora ainda estejam previstas votações na Comissão Mista de Orçamento referentes aos relatórios setoriais, todo o ajuste será feito no relatório final, a ser votado daqui a dois meses.