| 28/12/2007 16h07min
O governo do Paquistão atribuiu a um líder talibã o ataque à ex-primeira-ministra Benazir Bhutto, e afirmou que a líder opositora morreu ao bater contra uma barra de material resistente, e não por tiros ou pelos estilhaços do atentado que sofreu.
Em entrevista coletiva, o porta-voz do Ministério do Interior, Javed Iqbal Cheema, disse que o atentado foi ordenado pelo dirigente talibã paquistanês Baitullah Mehsud, que teria enviado uma mensagem de felicitação a seus homens pelo assassinato, que disse ter sido interceptada pelos serviços de inteligência.
— O líder da Al-Qaeda Baitullah Mehsud está por trás do assassinato — disse o porta-voz.
Mehsud, um conhecido líder talibã da região tribal paquistanesa, havia ameaçado os candidatos de várias zonas sob controle fundamentalista caso estes não retirassem suas candidaturas para as eleições de 8 de janeiro. Esta é a primeira vez, no entanto, que o governo lhe relaciona com a Al-Qaeda.
Horas antes, a organização terrorista Al-Qaeda
havia reivindicado o atentado por meio de um de seus dirigentes no Afeganistão, Mustafa Abu al-Yazid, que se congratulou por "ter acabado com um aliado muito valioso dos Estados Unidos que havia jurado derrubar os mujahedins". O atentado foi na quinta-feira, após um comício eleitoral na cidade de Rawalpindi, próxima a Islamabad, no momento em que Benazir cumprimentava seus seguidores em seu carro.
Várias testemunhas disseram ter escutado três disparos antes que um terrorista suicida detonasse uma carga explosiva que acabou com a vida de outras 28 pessoas.
Cheema disse hoje que a explosão fez a ex-primeira-ministra perder o equilíbrio e bater com a cabeça numa barra do teto do veículo do qual cumprimentava seus seguidores. O porta-voz de Interior disse que os três disparos ocorreram à esquerda do veículo, enquanto Benazir apresentava um ferimento na parte direita do crânio.
— Nenhum dos disparos atingiu Benazir. Empurrada pela onda expansiva da
explosão, ela caiu e infelizmente bateu
com a cabeça em uma alavanca do teto do veículo. Essa foi a causa da morte. A polícia proporcionou a segurança necessária até o fim da manifestação — disse o porta-voz, ressaltando que o carro estava blindado.
O Partido Popular do Paquistão (PPP), legenda de Benazir, apressou-se em negar a versão de Cheema, que horas antes havia mencionado a existência de um ferimento causado por um estilhaço.
Benazir foi enterrada nesta sexta-feira, no mausoléu que sua família tem em Larkana, no sul do Paquistão. Por desejo expresso da família, o cadáver não foi submetido a nenhuma autópsia.
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