| 21/01/2008 17h45min
O mercado de câmbio reagiu nesta segunda-feira com alta firme de 2,5% do dólar à queda generalizada das bolsas de valores em todo o mundo. No final do pregão na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) e das negociações no mercado interbancário, a moeda americana valia R$ 1,83, maior cotação desde 27 de novembro do ano passado. A disparada foi a maior variação diária desde 28 de agosto. Na sexta-feira passada, o dólar havia fechado a R$ 1,785.
Foi a ampliação dos temores sobre recessão na economia dos Estados Unidos que provocou um movimento em manada de vendas de ações nas bolsas asiáticas, européias e em São Paulo. Em Wall Street, as bolsas ficaram fechadas hoje devido ao feriado de Martin Luther King Jr. Durante o dia, o dólar oscilou entre a mínima de R$ 1,818 na BM&F e a máxima de R$ 1,835. O volume de negócios por volta das 16h30min era de US$ 2,2 bilhões.
À tarde, em Brasília, o presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, disse que o mercado
refletiu reação à crise
americana. Segundo ele, o mercado mostra que os EUA podem experimentar uma recessão e que o BC brasileiro poderá vir a tomar eventual medida preventiva, se for necessário. Ele frisou que o país está preparados e disse que os pilares do BC são responsabilidade fiscal, câmbio flutuante e a meta de inflação. Já o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que o nervosismo de hoje decorre da frustração do mercado com o pacote de estímulo fiscal anunciado pelo presidente americano, George W. Bush, na sexta-feira.
O diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, alertou que a situação econômica global em conseqüência de uma desaceleração dos EUA é "séria" e poderá ter impacto sobre as economias emergentes:
— A situação é séria, todos os países do mundo estão sofrendo da desaceleração no crescimento nos EUA. Não é impossível que mesmo as nações emergentes possam sentir um certo efeito, que o crescimento pode ser mais fraco do que o esperado.
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