| 23/01/2008 19h08min
Pouco mais de 8,23 milhões de eleitores cubanos confirmaram os nomes do presidente afastado, Fidel Castro, e de seu irmão e presidente interino, Raul Castro, como deputados da Assembléia Nacional. A exemplo dos anos anteriores, 96% dos cubanos com registro eleitoral compareceram às urnas no último domingo para escolher os 1.201 delegados das Assembléias Provinciais e 614, deputados da Assembléia Nacional do Poder Popular.
Se Fidel, Raul ou outro deputado governará o país, porém, só será decidido em 24 de fevereiro. Nessa data, os novos parlamentares tomarão posse e elegerão, em votação secreta, o Conselho de Estado — órgão máximo do Poder Executivo, integrado por um presidente, um primeiro vice-presidente, cinco vice-presidentes, um secretário e outros 23 membros.
Apesar das incertezas sobre o real estado de saúde de Fidel, seu nome acabou sendo confirmado pela província de Santiago de Cuba e eleito, em bloco, para o parlamento nacional. De acordo com a Comissão
Eleitoral Nacional, 91% dos
eleitores optaram pelo voto unido, defendido por Fidel como estratégia para evitar o personalismo característico do antigo bloco socialista. Foram computados 3,73% de votos brancos e 1,04% de votos nulos.
O presidente do Conselho de Estado é automaticamente presidente dos conselhos de Ministros e de Defesa Nacional. Fidel Castro é o atual presidente e seu irmão, Raul, é o primeiro vice-ministro. Raul, no entanto, ocupa a presidência interinamente desde julho de 2006, quando Fidel se afastou para tratar-se de complicações intestinais.
Segundo a Comissão Eleitoral, houve uma renovação de 62% do parlamento. Dos 614 eleitos, apenas 224 participaram da última legislatura. Além disso, 374 deputados nasceram após 1959, ano da revolução cubana. Outros 134 tinham menos de 10 anos na época da revolução e 106 vivenciaram o período de capitalismo antes da chegada de Fidel Castro ao poder.
Dos 614 deputados eleitos, 481 (78,34%) têm curso superior e 127
(20,68%) concluíram o ensino médio. Entre
os parlamentares há engenheiros, economistas, pedagogos, advogados, médicos e sociólogos. Eles integrarão as dez comissões permanentes de trabalho do parlamento cubano.
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