| 06/02/2008 19h44min
O chefe do gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, Jorge Félix, afirmou nesta quarta-feira que os gastos feitos com o cartão corporativo da Presidência poderão não mais ser divulgados no Portal da Transparência. As informações são do site G1.
— Estamos reavaliando essas informações. Se elas trouxerem algum prejuízo ao presidente da República, elas não mais estarão presentes no Portal da Transparência.
Félix afirmou, ainda, que os gastos feitos com o cartão corporativo na área foram realizados "exclusivamente" para a segurança do presidente. Ele teme que algumas informações sobre os gastos com a segurança do presidente possam ser usadas por alguém para prejudicar Lula. Félix é o responsável pelos gastos feitos com o cartão corporativo da Presidência no que se refere à segurança do presidente.
Reportagens
O jornal Folha de S.Paulo publicou no feriado de Carnaval duas
reportagens sobre compras irregulares com cartão de crédito. A
primeira, no dia 4, dizia que o segurança particular de Lurian Cordeiro Lula da Silva, filha do presidente Lula, João Roberto Fernandes Júnior, que mora em Florianópolis, gastou mais de R$ 48 mil com o cartão corporativo de abril a dezembro de 2007. Este ano, ele já gastou mais de R$ 6,3 mil. Ao todo, os gastos do segurança chegaram a R$ 55 mil. O cartão, que está em nome de Fernandes, é da Secretaria de Administração da Presidência da República.
O segurança fez compras com o cartão corporativo em supermercados, livrarias, lojas de material de construção e autopeças. A maior despesa foi no comércio de autopeças Badu. As diversas compras feitas no local somaram R$ 16,3 mil. Em outra loja, Phillip Automóveis, o gasto foi de R$ 4,6 mil.
A segunda reportagem, no dia seguinte, afirmava que ao menos dois seguranças da família do presidente em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, gastaram R$ 149,2 mil com cartões corporativos do governo nos últimos três anos.
Conforme a reportagem, as
despesas foram destinadas a manutenção de veículos, materiais de construção, contas de churrascaria e equipamentos esportivos. Em três anos, teria havido saque total de R$ 34,2 mil, despesas para as quais não há detalhamento.
Os cartões teriam pago R$ 3.450 em esteiras ergométricas, de acordo com o texto. A reportagem destaca gastos de R$ 960 nos dias 13 e 15 de junho de 2005 na Churrascaria do Vavá, em Santo André, datas nas quais, aponta o jornal, Lula estaria em Brasília.
As despesas são atribuídas aos servidores Luiz G. B. Aragão e José Benedito Costa. Os cartões deles estão vinculados à Secretaria de Administração da Presidência da República. O jornal cita ainda gastos de R$ 5.078,26, realizados nos meses de janeiro e fevereiro de 2007, em São Bernardo do Campo, em nome Eduardo S. Barroso, que o jornal afirma não ter confirmado se também é segurança.
Para tentar diminuir os problemas com o uso dos cartões corporativos foi publicado hoje, no
Diário Oficial da União, decreto que
limita os saques a 30% do valor destinado a essas despesas emergenciais. Ficam fora dessa regra a Presidência e a Vice-presidência da República, alguns ministérios e a Polícia Federal, por exemplo.
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