| 12/02/2008 17h15min
O governo decidiu desafiar a oposição e não vai abrir mão de ficar com a presidência e a relatoria da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) Mista dos Cartões, informa o site G1. O posicionamento foi tirado de uma reunião nesta terça-feira dos líderes da base aliada com o ministro das Relações Institucionais, José Múcio. O entendimento é que, como tem as maiores bancadas na Câmara e no Senado, o governo tem direito aos dois cargos.
Pelo acordo fechado dentro da base, o PMDB do Senado ficará com a presidência. O líder do partido, Valdir Raupp (RO), indicou Neuto de Conto (SC) para a função. A relatoria deve ficar com a bancada do PT na Câmara. Os mais cotados são o ex-líder da bancada, Luiz Sérgio (RJ), e o secretário-geral do partido, José Eduardo Cardozo (SP). O líder do PT, Maurício Rands (PE), afirmou que a distribuição dos cargos será fiel ao regimento. Ele questionou a postura da oposição em busca de um acordo:
— Isso faz parte do jogo parlamentar. Agora, será
que se a oposição tivesse
maioria iria deixar de ocupar os cargos?
O vice-líder do governo Beto Albuquerque (PSB-RS) afirmou que ceder aos apelos da oposição pela cessão de um dos cargos seria buscar uma "pizza". Ele minimizou o clima de disputa que toma conta do processo de instalação da comissão. Para o líder da base na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS), o governo não tem como abrir mão de comandar a CPI. Para ele, "seria uma ingenuidade política".
Múcio Monteiro negou qualquer intervenção na decisão. Ele afirmou que a indicação do relator e do presidente da CPI caberá aos parlamentares da base. O ministro limitou-se a dizer que o regimento do Congresso prevê que os dois maiores partidos comandem a comissão, no caso, o PT e o PMDB. Múcio explicou ainda o motivo do governo ter aceitado envolver a Câmara na investigação após ter proposto uma CPI apenas do Senado. Ele afirmou que deputados pediram para assinar para não ficarem constrangidos devido ao ano eleitoral.
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