| 13/02/2008 13h52min
O presidente da Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne (Abiec), Marcus Vinicius Pratini de Moraes, voltou a dizer nesta quarta-feira que o governo brasileiro precisa ter uma posição mais agressiva com relação à ameaça da União Européia (UE) à carne nacional:
— É preciso dar o troco à Europa, que tem sido arrogante e tenta desqualificar a carne brasileira.
Pratini de Moraes fez a declaração nesta manhã, após a abertura da 12ª Showtec, evento de tecnologia agrícola realizado em Maracaju, no centro-oeste do Mato Grosso do Sul.
De acordo com ele, a lista de 300 fazendas exigida pela UE é inaceitável, pois seriam necessárias entre 10 mil a 15 mil propriedades cadastradas, levando em conta uma programação anual de abate da ordem de 11 milhões de cabeças para atender ao mercado europeu.
— É uma medida muito restritiva e sem fundamento — disse.
Segundo o presidente da Abiec, o mercado europeu vai
enfrentar a falta de cortes como coxão mole, contrafilé e
picanha, o que provocará um aumento no preço da carne bovina. Ele acredita que em questão de pouco de tempo haverá pressão tanto dos importadores quanto dos consumidores europeus pelo retorno da carne brasileira.
Pratini de Moraes acredita que em 90 dias, a UE e o Brasil devem chegar a um acordo sobre o número de propriedades. Até lá, a indústria deve ter uma perda de receita mensal de US$ 80 milhões. Ele observa que esse valor pode não se efetivar, por conta da boa demanda do mercado doméstico.
— O mercado interno está forte e podemos nem ter aumento no volume das exportações neste ano. Teremos sim, aumento de receita — disse ele.
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