Milhares de cidadãos se reuniram nesta quinta-feira na Sérvia e na Bósnia para protestar contra a independência unilateral de Kosovo, proclamada no domingo e já reconhecida por Estados Unidos, França, Reino Unido, Alemanha e Itália, entre outros. O parlamento sérvio, em Belgrado, e uma rua próxima à embaixada dos Estados Unidos, em Banja Luka, na Bósnia, foram dois dos pontos escolhidos.

A idéia era promover encontros pacíficos, mas em Belgrado, a embaixada norte-americana foi invadida e teve a fachada incendiada. Os manifestantes tentaram atirar móveis pela janela de um escritório. Uma coluna de fumaça saía da parte frontal do prédio. O mesmo grupo de manifestantes atacou a embaixada da Croácia, vizinha da americana. A tropa de choque da polícia posicionou jipes na rua e lançou bombas de gás lacrimogêneo contra a multidão. Segundo o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Sean McCornack, nenhum funcionário se encontrava no interior do prédio durante o ataque.

Em Merdare, cidade no sul da Sérvia que faz divisa com o Kosovo, um grupo de 300 reservistas do exército local portando bandeiras do país enfrentaram policiais kosovares. O conflito durou 20 minutos e, segundo a polícia, ninguém ficou ferido. 

Na Bósnia, também houve confronto. Jovens jogaram pedras nos policiais. 





Na Sérvia, segundo o programa oficial, o primeiro-ministro, Vojislav Kostunica, faria um discurso. Personalidades públicas, entre elas o diretor de cinema Emir Kusturica e o jogador de basquete Dejan Bodiroga, estariam presentes ao evento, que conta com mais de 100 mil pessoas, segundo estimativas da polícia local. O tenista Novak Djokovic deveria enviar uma mensagem por telefone.

A manifestação ainda previa uma passeata em direção à igreja de San Sava, a maior do país, onde seria feita uma "oração pela salvação do Kosovo". As aulas foram canceladas hoje no país.

Os manifestantes levaram bandeiras e cartazes com dizeres como "Kosovo é o coração da Sérvia". O protesto foi organizado pelo governo e por partidos parlamentares.