| 22/02/2008 01h35min
Os pré-candidatos democratas à presidência dos Estados Unidos, Hillary Clinton e Barack Obama, se enfrentaram hoje em um debate organizado pela rede de televisão CNN, no qual ressaltaram a necessidade de democratização de Cuba, e defenderam a proposta de uma reforma migratória integral no país.
O encontro dos pré-candidatos democratas ocorreu na Universidade de Austin, no Texas, Estado que realizará sua prévia no próximo dia 4, junto com Ohio, Rhode Island e Vermont. A primeira pergunta no debate foi sobre a posição que os pré-candidatos assumirão frente a Cuba, após a renúncia do presidente Fidel Castro.
Por sua parte, Hillary assinalou que não se reuniria com Raúl Castro, o provável sucessor de seu irmão Fidel, caso antes não fossem aplicadas reformas democráticas em Cuba.
— Não se deveria discutir uma visita presidencial sem provas que demonstrem progressos, em benefício dos EUA e do povo cubano — assinalou.
A senadora por
Nova York mencionou a necessidade do aumento de
liberdades políticas e de imprensa na ilha, e a abertura da economia cubana. Obama indicou que seria favorável a um encontro sem condições prévias.
— Embora a senadora Hillary tenha razão quando diz que deve haver uma preparação prévia, também é importante que haja uma agenda, e que nessa agenda estejam os direitos humanos e a libertação de presos políticos. Para os Estados Unidos, não é importante falar somente com seus amigos, mas também com seus inimigos — disse o senador por Illinois.
Sobre o problema representado pelos cerca de 12 milhões de imigrantes ilegais no país, Hillary e Obama ressaltaram a urgência de uma reforma migratória integral. Segundo a
senadora, essa reforma deve se ater à segurança fronteiriça
e à adoção de medidas contra os empregadores que contratam trabalhadores ilegais.
— Mas essa reforma deve também incluir uma via de legalização para esses imigrantes, caso cumpram certas condições — indicou.
Os temas de Cuba e da imigração são cruciais para os Estados de Texas e Ohio, que têm uma ativa população hispânica que poderia inclinar a balança a favor de um ou de outro aspirante democrata à Casa Branca. No que se refere ao tema da economia, ambos os pré-candidatos falaram sobre as medidas que tomarão caso cheguem à Casa Branca em janeiro de 2009. Hillary indicou que um dos pontos prioritários será resolver a crise imobiliária criada pelos empréstimos de alto risco que sacudiram a economia do país:
— Temos que pôr fim às práticas das empresas financeiras, e aplicar uma moratória na execução de empréstimos que significaram para muitos americanos a perda de seus imóveis.
A ex-primeira-dama dos EUA também reiterou que os
futuros acordos comerciais com outros países
deverão conter salvaguardas trabalhistas e ambientais. Ela indicou sua intenção de aplicar uma suspensão transitória na assinatura desses acordos. Obama, por sua vez, indicou que seu objetivo é estabelecer "justiça e equilíbrio" na economia dos EUA:
— Temos que deixar de dar isenções de impostos a empresas que transferem suas fontes trabalhistas ao exterior, e passar a concedê-las a empresas que invistam nos Estados Unidos.
O clima ameno do debate só foi quebrado quando Hillary acusou Obama de ter cometido plágio em alguns de seus discursos. Obama minimizou as acusações, e pediu à candidata que não entre em confronto com ele.
— Devemos levantar o país — afirmou.
Hillary acusou Obama de plagiar discursos durante o debate promovido pela CNN
Foto:
Andrew Gombert, EFE
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