| 29/02/2008 10h36min
O presidente venezuelano, Hugo Chávez, afirmou na noite de quinta-feira, numa entrevista por telefone à tevê estatal venezuelana, que tem uma proposta para tratar o antigo conflito interno da Colômbia e avaliou que seu colega colombiano, Alvaro Uribe, será forçado pela pressão internacional a negociar com a guerrilha.
Chávez não deu detalhes de sua proposta, mas disse que ela foi aprovada pelos presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, da França, Nicolas Sarkozy, do Equador, Rafael Correa, e da Argentina, Cristina Kirchner.
— Todos estão de acordo, menos Uribe — disse Chávez.
Chávez, que já coordenou duas missões bem-sucedidas de resgate de reféns colombianos libertados pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), disse que tais operações o "motiva a continuar fazendo todo o possível para ajudar a libertar esse grupo de pessoas (todos os reféns) e buscar o caminho da paz".
Na quarta-feira, os rebeldes
libertaram quatro ex-congressistas numa região de
florestas no sul da Colômbia, a mesma onde em 10 de janeiro outra duas reféns foram soltas. A operação, mediada por Chávez, foi supervisionada pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha.
Chávez disse que está decepcionado por Uribe manter "condições irremovíveis" para negociar com os rebeldes.
As Farc propõem a troca de centenas de guerrilheiros presos por outros 40 reféns de alto perfil, entre eles a ex-candidata presidencial franco-colombiana Ingrid Betancourt. O grupo guerrilheiro exige a desmilitarização dos municípios de Flórida e Pradera por 45 dias para propiciar a negociação da troca humanitária. Uribe rejeita a proposta.
Chávez garantiu que sua proposta recebeu o apoio de "importantes governos que concordam em formar um grupo tipo Contadora".
O Grupo de Contadora foi criado em 1983 pelo México, Colômbia, Panamá e Venezuela para mediar entre os governos centro-americanos e guerrilhas de esquerda. Sua ação foi fundamental
para a pacificação da América Central.
— Agora Uribe vai ter de mudar de posição. Creio que o sentimento humanitário e as correntes de opinião no mundo farão com que a oligarquia colombiana mude de posição — previu.
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