| 03/03/2008 17h12min
A pré-candidata democrata à Presidência americana Hillary Clinton faz hoje um esforço de última hora nos estados de Texas e Ohio, dois dos quatro que realizarão prévias na terça-feira, e nos quais a senadora por Nova York terá seu destino político definido.
As pesquisas mais recentes indicam que o sucesso da pré-candidatura de Hillary está por um fio, diante da migração de eleitores que a apoiavam para o eleitorado de seu concorrente, Barack Obama, senador por Illinois. Nestes últimos estudos, a ex-primeira-dama aparece ligeiramente à frente ou empatada com Obama em Ohio. Já no Texas, o senador tem uma pequena vantagem.
Os dois estados, que realizam primárias junto com Vermont e Rhode Island, enviarão mais de 300 delegados à convenção do Partido Democrata na cidade de Denver, no Colorado, em agosto. Uma derrota ou uma vitória apertada nas prévias de terça-feira impediria Hillary, que já está atrás de Obama, de alcançar os 2.025 delegados necessários para
obter a candidatura presidencial
democrata.
Segundo a última apuração da rede de televisão americana CNN, Obama já tem 1.369 delegados, frente a 1.267 de Hillary. Tecnicamente, a ex-primeira-dama poderia continuar na briga, com a esperança de que a repartição proporcional de delegados existente nas prévias democratas impeça o seu concorrente de obter o "número mágico", para assim forçar a realização de uma convenção aberta.
Caso a disputa democrata chegue a esse ponto, seriam os quase 800 superdelegados do partido, funcionários eleitos ou nomeados pela legenda, os responsáveis pela palavra final. Entretanto, a pressão para evitar essa situação é cada vez maior, principalmente pelo fato de que
o pré-candidato republicano John McCain pode conseguir
a candidatura da legenda nesta terça-feira, ao obter os 1.191 delegados necessários para tanto.
Os assessores de Hillary deixaram transparecer que, caso Obama não vença as próximas quatro prévias, isso pode ser um sinal de mudança de posição dos eleitores e um motivo para que a senadora continue na disputa pelo menos até o próximo confronto importante, no dia 22 de abril, na Pensilvânia. No entanto, influentes membros do cenário político como o governador do Novo México, o democrata Bill Richardson, ex-pré-candidato presidencial do partido, insistem em que chegou a hora da verdade.
— Qualquer um que tenha um maior número de delegados depois da terça-feira, uma clara vantagem, deverá ser o candidato — afirmou Richardson no domingo, acrescentando que os democratas deveriam se preparar para uma disputa muito dura contra McCain.
Com esse pano de fundo, Hillary e Obama destinaram as últimas horas a fazerem ataques mútuos. A ex-primeira-dama disparou
contra o ponto forte do senador, sua
oratória, ao argumentar que seu rival não oferece muito mais do que eloqüência.
Obama, por sua vez, lembrou em seus últimos atos que sua adversária havia aprovado a Guerra do Iraque, à qual ele se opôs desde o início.
Especialistas disseram que surpresas podem ocorrer nesta terça-feira, diante do elevado número de eleitores indecisos e da possibilidade de uma alta participação de independentes — os que não são declaradamente democratas nem republicanos — e jovens, um fator que as pesquisas não abordam.
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