| 05/03/2008 16h52min
O governo brasileiro está preocupado que a evolução da crise política entre Equador e Colômbia ponha em risco o projeto de integração sul-americana — uma das prioridades da agenda de política externa brasileira.
— Achamos que qualquer coisa que ameace essa integração é grave porque debilita nossa posição diante do mundo, enfraquece a posição da América do Sul diante de outros blocos econômicos — ponderou o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, em coletiva de imprensa após encontro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o presidente equatoriano, Rafael Correa.
— Vivemos num mundo de blocos econômicos e políticos e quanto menos unidos estivermos, mais facilmente seremos vítimas de negociações inadequadas, estaremos mais longe de conseguir os nossos objetivos de progresso e desenvolvimento.
Segundo Amorim, tudo o que atrapalhe a integração, a paz e o desenvolvimento é ruim para o Brasil. O chanceler reiterou a disposição brasileira de
fazer todo o possível para uma
solução pacífica para o conflito, mas frisou que o presidente Lula não pretende se firmar como líder regional.
— O presidente Lula não está buscando uma liderança, ele exerceu um papel que normalmente tem exercido, de líder de um grande país que é o Brasil, um país de tradição pacífica, que tem a tradição de resolver as questões por meios diplomáticos, que tem a tradição pelo diálogo.
Na avaliação do chanceler, a crise é regional e os Estados Unidos devem ser mantidos fora do processo de diálogo. Ontem, o presidente norte-americano, George W. Bush declarou apoio ao presidente colombiano, Álvaro Uribe — a Colômbia é o maior aliado do país na
América do Sul.
— Acho que isso é um problema
sul-americano em primeiro lugar, latino-americano em seguida. É claro que somos todos membros da OEA, os Estados Unidos participam da reunião da OEA, onde tem a ocasião de dar a sua opinião, mas eu acho que quanto mais nós pudermos manter esse problema no âmbito latino-americano, maiores são as chances de conseguirmos resolver e de evitar uma polarização na região.
Amorim demonstrou confiança em uma solução do conflito entre Equador e Colômbia. Segundo ele, o assunto deve entrar em pauta em reunião do Grupo do Rio, amanhã e sexta-feira, em Santo Domingo, na República Dominicana. Na quinta-feira haverá encontro de chanceleres, com a presença de Amorim. Na sexta, será a vez de os chefes de Estado se reunirem.
Rafael Correa confirmou presença e também são esperados os presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, e da Colômbia, Álvaro Uribe. Não está prevista a participação do presidente Lula.
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