| 20/03/2008 18h08min
A China ampliou drasticamente sua presença militar no Tibete nos últimos dois dias, diante da dificuldade em controlar manifestações que se espalharam para o interior da região e a outras províncias do país.
Os protestos continuam a ocorrer apesar de Dalai Lama ter ameaçado, anteontem, renunciar à chefia do governo tibetano no exílio caso a violência na região não chegasse ao fim. Hoje, o líder espiritual dos tibetanos afirmou que é incapaz de interromper a onda de rebeldia iniciada no dia 10 de março.
— Eu não tenho autoridade. Eu não tenho poder de dizer ao movimento para se calar — declarou em entrevista na cidade indiana de Dharamsala, sede do governo no exílio.
Cerca de 400 caminhões carregados de soldados fortemente armados se dirigiram ontem ao Tibete, segundo relato de um repórter da BBC, que não revelou sua localização em razão do veto de Pequim à presença de jornalistas estrangeiros na região.
A presença
militar também foi reforçada nas províncias
vizinhas de Qinghai, Sichuan e Gansu, onde violentos protestos contra o governo chinês ocorreram desde o início da semana.
Ontem, pela primeira vez, a agência oficial de notícias Nova China reconheceu que as manifestações ultrapassaram as fronteiras do Tibete.
Autoridades chinesas anunciaram a prisão de 24 pessoas e a rendição de outras 170 que teriam participado dos protestos em Lhasa, capital do Tibete, na última sexta-feira.
A estimativa do número de mortos na manifestação e no choque com a polícia varia de 16, segundo o governo de Pequim, a pelo menos 80, de acordo com o governo tibetano no exílio. Os exilados afirmam que houve outras 19 mortes nas províncias vizinhas ao Tibete.
Protestos continuam a ocorrer apesar de Dalai Lama ter ameaçado renunciar à chefia do governo tibetano
Foto:
Harish Tyagi, EFE
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