A oposição venezuelana anunciou nesta sexta, dia 24, que está disposta a suspender a greve iniciada há 54 dias se houver acordo com o governo para "uma saída eleitoral" na reunião com o grupo de países amigos, realizada no mesmo dia em Washington, EUA.

Os chanceleres de Brasil, Celso Amorim, Portugal, Antonio Martins da Cruz, Espanha, Ana Palacio, e o secretário de Estado americano, Colin Powell, chegaram à sede da Organização dos Estados Americanos (OEA) às 15h locais (18h em Brasília) para o primeiro encontro do grupo que debate alternativas para a crise. México e Chile estavam representados pelo subsecretários de Relações Exteriores, Enrique Berruga e Cristian Barros, respectivamente. Também participou da reunião o secretário-geral da OEA, César Gaviria.

Ao final do encontro, Celso Amorim informou que o grupo de países Amigos da Venezuela vai se reunir em Caracas no próximo dia 30.

A administração do presidente George W. Bush, ansiosa para encontrar uma solução rápida para o conflito em um de seus maiores fornecedores de petróleo, endossou nesta sexta uma proposta feita pelo ex-presidente americano e Nobel da Paz Jimmy Carter sobre eleições. Carter apresentou a Chávez e a seus opositores duas idéias numa reunião na terça-feira passada: uma emenda à Constituição venezuelana que poderia antecipar as eleições ou um referendo nacional sobre a administração de Chávez, que seria feito em 19 de agosto. As duas propostas pediam o fim da greve. A oposição tem insistido num referendo consultivo como mecanismo para revogar o mandato do presidente Hugo Chávez, e chegou a agendá-lo para 2 de fevereiro. Mas o Supremo Tribunal de Justiça vetou sua realização.

Ainda nesta sexta, a oposição venezuelana convocou uma manifestação de 24 horas – que começa neste sábado e termina no domingo – contra a decisão da Justiça do país de suspender o referendo.